Tudo ainda está muito vivo na mente de Everton Costa. Da trajetória de quase dez anos como jogador ao diagnóstico da aposentadoria precoce, um filme passa pela cabeça do ex-atacante. Aos 32 anos, o trauma vivido nos gramados hoje dá lugar à esperança. Há dois meses, Everton Costa é observador técnico das categorias de base do Coritiba e trabalha como analista de desempenho no Unific – Unidade de Informação, Formação e Inovação.
– Foi um baque para mim porque eu não esperava encerrar a carreira tão novo. Eu tive a convulsão, morte súbita e arritmia. Morri e nasci de novo. Fui lá em cima, e Deus falou “volta, que ainda não é a sua hora”. É complicado receber uma notícia que você não pode mais jogar futebol – recordou em entrevista exclusiva à RPC, afiliada da Rede Globo.
Costa não conseguiu voltar ao gramados depois de sofrer uma arritmia e implantar um desfibrilador enquanto defendia o Vasco. O problema surgiu no dia 16 de abril de 2014, durante uma partida da Copa do Brasil pelo Vasco contra o Resende. Depois disso, o jogador não atuou mais profissionalmente. Em fevereiro do ano seguinte, ele anunciou a aposentadoria.
– É complicado porque eu estava vendo dez anos de carreira não indo por água abaixo, porque eu soube aproveitar, mas estava morrendo um sonho de continuar jogando – contou.
Em agosto de 2015, ele fez um estágio na equipe de análise e desempenho do Flamengo. A função atual, hoje no Coritiba, como ele mesmo diz, é um “caça talentos”.
– Como eu vivi esses 10 anos no meio do futebol, eu queria continuar dentro dele. E hoje o Coritiba está me dando essa oportunidade.
Everton Costa também jogou por clubes como Galo Maringá, Grêmio, Fredrikstad (NOR), Caxias, Santos, Internacional e Bahia. Ele chegou ao Vasco em janeiro de 2014, emprestado pelo Coritiba.
O drama vivido por de Everton Costa
Everton Costa sentiu-se mal durante a partida contra o Resende, válida pela primeira fase da Copa do Brasil, no dia 16 de abril de 2014. No hospital, os exames constataram uma arritmia cardíaca – causada por uma miocardite (processo inflamatório do músculo cardíaco). Três dias depois, o departamento médico do Vasco e o cardiologista Gustavo Gouvêa deram uma entrevista coletiva para explicar detalhes do ocorrido. Na ocasião, foi anunciado que seria preciso realizar novos exames dentro de um mês para descobrir se o jogador teria condições de seguir atuando profissionalmente.
Foram seis dias internado no hospital. Depois que recebeu alta, o jogador se recuperou em casa – onde teve os batimentos cardíacos monitorados por um aparelho – sem realizar esforço físico. Em junho, pouco menos de dois meses depois do problema, o atacante foi submetido a uma cirurgia para colocar um desfibrilador implantado no coração – caso contrário não poderia mais voltar a jogar futebol.
O dispositivo é uma espécie de marca-passo capaz de dar choques para corrigir novas alterações nos batimentos cardíacos do atleta. Desde o início, os médicos deixaram claro que seria preciso esperar seis meses do fato inicial para decidir se o jogador teria condições de voltar a atuar profissionalmente. A data foi completada no dia 16 de outubro. No início de novembro, o jogador voltou aos treinos, mas não participou de nenhuma partida oficial.
Fonte: GloboEsporte.com