Quem viu os dois primeiros jogos da seleção brasileira sub-17 no Sul-Americano da categoria, no Chile, viu uma equipe muito promissora do meio para a frente. A facilidade com a qual foi construída a vitória por 3 a 0 sobre o Peru e o triunfo contra o bom time da Venezuela tiveram boas atuações de vários jogadores. Mas o principal deles foi Paulinho.
O camisa 7, que atua no Vasco e é carioca da Vila da Penha, mesmo bairro de Romário, decidiu o jogo contra a Venezuela com um golaço. Na partida anterior, sofreu um pênalti e deu uma assistência para Marcos Antônio Bahia fazer um gol. Participou de três dos quatro gols do time e é, até agora, o melhor jogador do campeonato.
Vinícius Júnior, que veste a 11, também foi bem, principalmente na estreia, contra o Peru, e deu o passe para Paulinho fazer o gol contra a Venezuela. Dono de um imenso talento, se perdeu em alguns lances que poderia simplificar a jogada e errou dribles que normalmente acerta. Ainda assim, tem um gol e uma assistência, e certamente será importante nas horas decisivas.
O time ainda tem Alan, do Palmeiras, que faz o jogo rodar com a camisa 10 e é o responsável pela bola parada. Jogador dinâmico, rápido, muito inteligente para furar a marcação. E Lincoln, do Flamengo, que tem trabalhado bem para a equipe, protegendo a bola e achando bons passes. O banco também é qualificado com Brenner, do São Paulo, e Vitinho, do Corinthians.
Falta, no entanto, um pouco de volume de jogo no meio, porque a bola quase não sai por ali. Falta velocidade na saída de bola do volante Victor Bobsin, que se posiciona muito bem e tem bom passe, mas poderia acelerar mais em alguns momentos. Rodrigo Nestor, companheiro dele, foi bem no segundo tempo contra a Venezuela, mas ainda pode render mais.
O time também sofreu um pouco nas laterais, com o improvisado Marcos Antônio, e Weverson, que parece ainda estar “verde” em relação aos outros, embora não tenha comprometido. Na zaga, Vitão se destaca pela velocidade e firmeza nas jogadas, e o goleiro Brazão, debaixo das traves, parece ser seguro, mas precisa melhorar na reposição de bola.
Em suma: sobra talento no time, como há muito não sobrava em uma geração brasileira, e é bom que Vinícius Júnior veja que há outros jogadores com potencial para ser protagonistas. Ainda há ajustes a serem feitos, e o time ainda sofre em alguns momentos quando não consegue circular a bola. Mas as perspectivas são boas.
Fonte: GloboEsporte.com