Pós-jogo que li, por Lédio Carmona…

O nome do blog é “Jogos que eu vi”. Entāo, nāo farei texto sobre o jogo. Participei do “Futebol Campeāo”, no SporTV, durante o clássico e só vi fragmentos da partida. Alguns lances. Belas defesas. Gols perdidos. Beliscāo. Aperto no mamilo alheio. Cotovelada na cara do marcador. Várias rodinhas para pressionar o árbitro. Dois times tensos e corajosos. E milagres de um goleiro. Parece muito, mas só dá para escrever sobre uma partida quando você a observa por completo. Análise de melhores momentos nāo me pega. Sou fiel ao título do espaço onde escrevo. Mas dá para teorizar sobre o pós-jogo. Nāo sobre o que vi, mas sim sobre o que li. Vamos lá.

Que torcedores se divirtam com memes, até dá para entender, muito embora nāo ache graça na maioria. Agora, clubes de futebol, representados provavelmente por seus departamentos de marketing (?), fazerem guerrinha provocativa através das redes sociais é algo desnecessário, amador, juvenil e inútil. E, como sempre, nāo consigo achar graça. Entendo que bom humor no futebol se produz com bons jogos, grandes jogadas, defesas espetaculares, craques e gols. O resto nāo serve para nada. Ah, serve sim: para fomentar mais raiva e rancor numa sociedade encravada num barril de pólvora.

Peço desculpas pois sei que muita gente se diverte com esses memes. E tenho certeza que o objetivo do marketing dos clubes nāo é botar mais lenha na fogueira. Estou seguro, porém, que a momento do Brasil é perigoso. O país está em convulsāo, vice crise política e econômica e qualquer combustível, por mais bem intencionado que seja, vira incêndio. Posso estar exagerando? Possível. Mas esse é o meu sentimento.

Ao invés de se provocar por mídias sociais, os clubes deveriam mudar o foco. Torcedores que brigam por qualquer motivo entendem as farpas das instituiçōes como “habeas corpus” para que possam mostrar sua cara agressiva, irracional e covardes nas ruas e estádios. Sim, há muito torcedor do bem. Claro, evidente. Mas também há uma banda podre cada vez mais. E memes de redes sociais só servem de raçāo para o próximo conflito.

Enfim, foi legal ver a torcida mista no Mané Garrincha. Esse foi um ótimo exemplo. Bacana ver que torcedores rivais possam frequentar o mesmo espaço. Fosse eu marqueteiro do Vasco preferiria louvar Martin Silva do que provocar o rival. Valeria até um afago na diretoria, que pagou 100 mil reais para que um jatinho trouxesse ou uruguaio a tempo de se tornar o herói do clássico e manter a invencibilidade de outro clássicos contra o rival. Fosse eu marqueteiro rubro-negro, exaltaria o fim do jejum de gols, a primeira marca de Marcelo Cirino num clássico que foi a melhor atuaçāo do Fla nos últimos dois meses.

Perdāo se pareço ranzinza por nāo gostar de memes e achar que eles nāo sāo saudáveis para o momento do futebol e da nossa sociedade. É só um alerta, nada mais do que isso.

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Fonte: SPORTV – Blog Jogos que eu vi

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