Tudo é lícito, mas nem tudo convém ao sócio do Club de Regatas Vasco da Gama

Há uma passagem bíblica, situada no Novo Testamento, em que o apóstolo Paulo redige duas epístolas (cartas) destinadas à igreja localizada em Corinto, cartas essas que se transformaram em dois livros, os quais receberam o nome de Coríntios I e Coríntios II.

Pois bem. Mais especificamente em Coríntios I, em seu capítulo 6, Paulo de Tarso aborda um problema que se estabeleceu naquela congregação, qual seja: alguns membros estavam levando querelas que só diziam respeito àquela assembleia para a apreciação de juízes institucionalizados, os quais não estavam inseridos naquele contexto, tampouco professavam a mesma fé que eles.

É dizer, Paulo advertia que alguns assuntos deveriam ser submetidos a julgamento pelos próprios membros da igreja, e não ao alvedrio de quem não faz parte daquele corpo e não comunga das mesmas crenças, salvo em casos excepcionais.

Traçando um paralelo entre essa passagem bíblica e a relação que envolve torcedor/sócio x CRVG, podemos compreender sem muita dificuldade a profundidade da admoestação de Paulo, quando afirma categoricamente que “Tudo me é lícito,mas nem tudo me convém” (Coríntios I, capítulo 6, versículo 12).

Daí a indagação: quando um sócio é excluído injustamente do quadro social é passível – e lícito – o ajuizamento de ação judicial para reverter essa decisão, mas convém ao sócio pedir danos morais em face da instituição?

Tendo em mira os ensinamentos de Paulo, a resposta só pode ser negativa, já que esse tipo de querela – violação da honra do sócio –  deve ser resolvida intra muros, e não ser manejada para a decisão de um árbitro (Judiciário) estranho e alheio à agremiação.

Nessa linha de raciocínio, quem deverá julgar o acerto dos desdobramentos da decisão, se despótica ou não, é a Assembleia Geral, nos moldes do artigo 58 do Estatuto do Club de Regatas Vasco da Gama. Não por outra razão repudiamos de forma veemente qualquer postulação de sócio do Vasco que invoque pretensão por danos morais, o que, em última análise, se reverterá em prejuízo financeiro e arranhará ainda mais a imagem da instituição.

Concluímos, portanto, mais uma vez reiterando que o Grupo Vascaínos Unidos sairá sempre em defesa do CRVG, usufruindo de sua liberdade e isenção, criticando a Diretoria Administrativa, mas sem fechar os olhos às atitudes lesa-vasco perpetrada por quem quer que seja, ainda que componha a oposição.

Ao Vasco tudo!

 

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