
Jogamos no Maracanã e aqui em Brasília praticamente em casa. Mas eu cumpro ordens e vem de cima. O que tem de ser mudado são as decisões na CBF. Se tem essa brecha os clubes se aproveitam, os clubes menores vendem os jogos para arrecadar dinheiro. Une o útil ao agradável, o time grande compra porque tem dinheiro. O pequeno se favorece para pegar o dinheiro. Onde me mandarem jogar, eu tenho de ir. Sou empregado do clube, tenho de jogar. Quanto mais vantagens tivermos, melhor. Temos essa vantagem porque tem essa brecha, mas não é só com o Fluminense, não. Acontece com todos os clubes. O Internacional jogará em Santa Catarina. Os clubes menores deixam, então não tem do que reclamar.
Jogo
— Eu acho que o importante era a gente fazer o dever de casa e conseguir a classificação. Eu coloquei para eles (os jogadores): a Aparecidense é um bom time, está na quarta divisão. Temos de pensar que se ganhamos, é normal. Normal ganharmos uma equipe da quarta divisão. Se a perdemos, já pensou? Ninguém ia querer desculpa. E nem eu iria dar uma desculpa. Nós respeitamos nosso adversário. Não começamos com a intensidade que deveríamos. Tomamos o gol, mas a gente não se desesperou. Corrigimos algumas coisas que estavam erradas. Conseguimos ainda virar o jogo no primeiro tempo. No intervalo corrigi mais algumas coisas. Praticamente a Aparecidense não criou mais nada, a gente tomou conta do jogo. Sabíamos que eles teriam que ir pra frente e eu teria que deixar espaço. Foi o que aconteceu. A gente aproveitou os espaços que eles deixaram, matamos praticamente o jogo e conseguimos o nosso objetivo, que era a classificação.
Renato Augusto
— Quando eu cheguei no Fluminense já tinha esse zum-zum-zum de que ele poderia parar de jogar. Eu não estava acreditando muito, então ele foi levando, eu comecei a dar oportunidades. Ele era um jogador importante, inteligente, importante no grupo, bem acima da média. Fiquei triste, falei com ele ontem, mas praticamente. Fiquei triste. Já tinha me buzinado no ouvido que ele iria parar. Perguntei por que, ele falou que não estava aguentando mais as lesões. Estava um pouco estressado com as coisas, precisando descansar. Eu ainda falei: “pensou direito?”, “repensa, você vai fazer falta para o futebol”. Ele disse: “não, não. Pensei bastante, parei para pensar com a minha família e está decidido”. Infelizmente, é mais um jogador acima da média que parou no Brasil, que pode ter certeza, muita gente não vai sentir falta dele porque não vem jogando seguido muito mas eu vou sentir, pela qualidade dele.
Fonte: ge