Em 2018, o Vasco sofreu 60% de seus gols a partir de jogadas aéreas. Seja em cruzamentos ou bolas paradas, esse tipo de lance tem sido o ponto fraco da defesa cruz-maltina na temporada. Mas quais os motivos por trás do desempenho? De onde surgem esses gols? Onde habitam? Como se alimentam?
O GloboEsporte.com reviu todos os 14 gols sofridos pelo Vasco dessa maneira e tenta responder estas questões.
Antes, porém, é preciso explicar como o Vasco se organiza para se defender em jogadas aéreas:
A tática
O sistema de marcação do Vasco é praxe: nos escanteios, ela é feita de forma individual, com exceção de um lateral, que fica na primeira trave, o centroavante, que se posiciona no bico da pequena área para tentar cortar o cruzamento, e outro atleta na entrada da área para puxar o contra-ataque. Todos os 10 jogadores de linha ficam na área.
Em cobranças de falta, a marcação muda: é feita em linha, geralmente na entrada da área. Quando acontece a batida, os defensores entram para fazer o corte.
Falhas
Há também casos de falha individual dos goleiros. Foi assim com Gabriel Félix contra a Cabofriense, quando ele soltou a bola e viu Victor Silva aparecer livre – ele também saiu de trás, sem ser acompanhado – para fazer o gol. E há o caso notório de Martín Silva, num erro incrível, após cobrança de falta de Julio Cesar, do Boavista.
Bola rolando
Quatro dos 14 gols sofridos surgiram com a bola rolando, a partir de cruzamentos. Três deles surgiram da esquerda, onde Yago Pikachu ainda mostra insegurança na marcação. Mas há também problemas de cobertura.
Contra o Bangu, o cruzamento sai da esquerda e vai para o segundo pau, quando Henrique perde o duelo para o adversário, que ajeita para Rodney marcar. Diante do Nova Iguaçu, Rafael Galhardo deixa Bruno Smith livre no segundo pau.
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Em cruzamento da direita, Bruno Smith aparece livre no segundo pau. Nova Iguaçu tem superioridade numérica na área e confunde Galhardo (Foto: Reprodução)
Como resolver?
Zé Ricardo reconheceu que as jogadas aéreas são uma preocupação. Para ele, há detalhes a aperfeiçoar. Uma possível alteração pode ser a entrada de Werley, notoriamente forte nesse tipo de lance. Porém, tanto Paulão quanto Erazo têm a confiança do treinador.
– Fazemos trabalhos em busca da perfeição para não sofrermos tanto. Posicionamento do corpo, imposição física… são vários motivos. Precisamos trabalhar. Ainda temos chance de conquistar o Carioca. Vamos em busca para não sofrermos tanto.
O mesmo não se pode dizer de Ricardo, sacado do time após a goleada para o Jorge Wilstermann. O jovem se destaca pela qualidade técnica, mas ainda se discute internamente sua altura – é considerado baixo para a posição. Hoje, é a quarta alternativa para o setor, embora não tenha falhado em lances aéreos.
Fonte: Globo.com