A situação de Cristóvão Borges consegue piorar a cada jogo no Vasco. O novo capítulo ganhou forma no estádio Nilton Santos, no empate com o Macaé em 2 a 2, na estreia da Taça Rio.
O time vascaíno deixou o gramado sob vaias e protesto da torcida, que pediu a saída do treinador – a insatisfação vem ganhando força desde o empate com o Vitória em 1 a 1, em São Januário, pela terceira fase da Copa do Brasil.
“A culpa não é dele, a culpa é nossa, que estamos em campo. A culpa é de todo mundo, não tem essa de ter apenas um culpado. Tínhamos de fazer o resultado. Tomamos dois gols que não devíamos e só conseguimos empatar, e não virar”, defendeu Nenê após o apito final.
No entanto, apesar da tentativa de tirar o foco do treinador, a pergunta que fica é: Até quando Cristóvão Borges vai suportar a pressão?
O elenco do Vasco é muito limitado técnicamente e isso não há dúvida. Porém, apesar de todos os pontos fracos, Cristóvão tem sim a sua parcela de culpa.
O técnico é conhecido por fazer uma marcação mais alta nas suas equipes e se expor bastante. No entanto, nem isso ele está conseguindo apresentar em São Januário. Há falta de repertório, o time produz muito pouco e isso preocupa.
E apesar de saber que o time ainda pode evoluir com a chegada de reforços e mudar um pouco a cara com Luis Fabiano quando ganhar mais ritmo de jogo, o torcedor não viu, até o momento, uma jogada trabalhada. O Vasco não tem um meio campo com criação e um mínimo de organização. Muito menos apresenta uma situação de jogo que você olhe e fale que é uma jogada ensaiada.
O fato é que a equipe não pode ficar do jeito que está. Cristóvão Borges não tem mais clima de ficar no Vasco e isso não tem nada a ver com racismo – como Eurico Miranda falou na última semana.
É claro que isso existe no futebol, mas parece que o presidente está mais preocupado em mudar de assunto e não preocupado com o tema. Wagner joga fora da sua posição e pode apresentar muito mais do que vem apresentando. Além do mais, mantém Kelvin como titular e Guilherme Costa entra apenas no decorrer da partida – já provou diversas vezes que a sua opção é melhor -. Será que isso é racismo ou apenas enxergam o que o treinador não é capaz?
O Vasco joga com os nervos à flor da pele e Cristóvão Borges já chegou desgastado. E na situação que o clube se encontra, o erro foi grande ao trazer um técnico que já chega com zero credibilidade em qualquer lugar. Você convida a instabilidade entre torcida x time.
O ponto curioso é que Cristóvão está tão acostumado com os questionamentos, que não demonstra reação, passou a abstrair e não se importar. A postura da equipe dentro de campo é a mesma do treinador na beira do gramado: um time sem reação, independente do resultado.
A equipe não está jogando e não dá para medir o quanto esse time pode evoluir. Falta ideia. E é isso que a torcida vem cobrando. Alguma coisa precisa ser feita antes que seja tarde demais. Mais uma vez.
Fonte: Goal