A derrota do Vasco para o Bauru pode ser contada pelo terceiro quarto. Em dez minutos, o Cruz-maltino anotou apenas oito pontos, contra 24 do time paulista. Em um quase completo apagão, os cariocas perderam a ponta e deixaram escapar a chance de voltar a vencer no Novo Basquete Brasil. Derrotados por 90 a 64, os vascaínos viram o rival ampliar para sete o número de triunfos seguidos no NBB – maior sequência do momento -, e desperdiçaram a oportunidade de ganhar um fôlego na briga pelo playoffs, chegando ao terceiro revés seguido.
– A gente sabia que ia ser complicado. Sabemos o momento que vive o Bauru, mas isso não é desculpa, porque tínhamos que ter mantido um jogo mais constante a partir do segundo tempo – comentou o técnico vascaíno Dedé Barbosa.
Embalado, o Bauru administrou no último quarto, e contou com uma grande atuação do ala Jefferson, o nome da partida. Ele anotou 23 pontos, pegou dez rebotes e deu cinco assistências, comandando a equipe no ataque. O triunfo é o 14º dos paulistas, que encostaram ainda mais em Flamengo e Brasília, consolidando o terceiro lugar na classificação. Já o Vasco, derrotado, deixou em segundo plano um bom jogo do armador Nezinho, que tomou as rédeas e marcou 20 pontos, além de sete assistências. Os coadjuvantes foram Gui Deodato, com 18 pontos, e Gegê, que pelo time paulista anotou 17 pontos com cinco assistências. No Vasco, Márcio, com 15 pontos e oito rebotes, e Hélio, com 14 pontos, também foram bem. O time carioca é o nono colocado, com 11 vitórias e 11 derrotas.
– Se antes tínhamos um bom ataque, a nossa defesa estava pecando. Estávamos errando em bolas fáceis e aí doía muito para a defesa. Defender é o que eu posso mais contribuir – afirmou Shilton.
A partida, antes mesmo do início, já se mostrava complicada para o Vasco. Além dos desfalques confirmados de Fiorotto e David Jackson, o time ainda teve uma baixa de última hora. O pivô Murilo, titular do time de Dedé, sentiu-se mal e foi vetado pelo departamento médico. Ele, porém, não deve ser problema para a próxima rodada. Já o ala David Jackson segue fora e não tem previsão de retorno. O pivô Bruno Fiorotto, que se lesionou contra o Basquete Cearense, no fim de semana, é outro com problema muscular e não teve seu tempo de recuperação divulgado.
Na quinta-feira, às 20h15, em São Januário, o Cruz-maltino terá pela frente o Franca, pela 23ª rodada do Novo Basquete Brasil. No mesmo dia, às 20h05, o Bauru vai até Caxias do Sul pegar a equipe da casa, curiosamente no ginásio de nome Vasco da Gama.
Vasco manda no primeiro tempo; Bauru domina o segundo
Com três baixas importantes, o Vasco apostou muito em Nezinho. E o veterano começou correspondendo. Jogando por oito minutos no primeiro quarto, conduziu ofensivamente o time da casa. O período, inclusive, foi de duelo direto entre ele e Gegê, ex-Flamengo e agora armador do Bauru. Se Nezinho anotou oito pontos dos 17 do Vasco, seu oponente marcou seis dos 20 da sua equipe. O ritmo dos paulistas, contudo, era mais forte quase que o tempo todo, inclusive nos duelos do garrafão, já que Murilo, o cinco do Cruz-maltino, estava fora. Assim, os visitantes estiveram sempre à frente do marcador, mesmo que a maior vantagem tenha sido de quatro pontos apenas.
Sentindo que o Vasco precisava de um empurrão, a torcida passou a participar mais no segundo período. E os vascaínos cresceram, só que desta vez no embalo de Hélio. O armador reserva marcou sete pontos, com direito a uma bola de três, e fez os cariocas passarem à frente por 26 a 24 na metade do período. Marcando forte, o Cruz-maltino não dava espaços para os paulistas, tanto é que o Bauru só tinha sete pontos, todos de Jefferson, com sete minutos de segundo período: 32 a 30. Nos dois minutos finais, os times trocaram bolas de três pontos. Jaú mandou uma e Márcio descontou para o Vasco, chegando a sete pontos no quarto e fazendo Alex e Gui Deodato discutirem do outro lado: 36 a 33 para os vascaínos. Na última bola do primeiro tempo, Nezinho alcançou sete assistências no jogo e o Vasco terminou a parcial vencendo por 38 a 36.
A volta do vestiário foi a passos lentos. Desatento, o Vasco deu terreno para o Bauru. Tanto é que em cinco minutos de quarto só tinha dois pontos, ambos de Nezinho em lance livre. O apagão custou caro na parcial. Os paulistas colocaram duas bolas de três pontos, com Alex e Jefferson, apostaram no jogo coletivo, e tomaram a dianteira por 46 a 40. Dedé Barbosa pediu tempo, mas o Cruz-maltino seguia com dificuldades diante da marcação que Demétrius encaixou nos visitantes. Com uma equipe baixa em quadra, com Palácios e Hélio também, o Vasco dava a chance das bolas de três pontos. Gegê anotou outras duas, e o Bauru abriu a maior vantagem do jogo com 54 a 40. No finzinho do terceiro período, Léo Meindl e Gaúcho se desentenderam. Um acusou o outro de agressão, mas o jogo seguiu e os paulistas consolidaram a vantagem com uma lavada de 24 a 8 no período e 60 a 46 no quarto.
A vantagem a favor do Bauru abalou o Vasco. Desconcentrado, o time se entregou. A torcida foi embora mais cedo e parou de cantar. Gui Deodato tomou para si o quarto e na metade do período tinha oito pontos. Faltando quatro minutos, os paulistas venciam por 81 a 58, mais de 20 pontos de frente num jogo completamente equilibrado nos dois primeiros quartos. Márcio, ainda bem no jogo, era o único desafogo dos Cruz-maltinos. Nos três minutos finais, a torcida ensaiou vaias e pediu contratações, o que é impossível neste momento, já que o período de inscrições do NBB terminou. Ao fim do duelo, vencido por 90 a 64, os torcedores gritaram “vergonha, vergonha”, e o Vasco perdeu a terceira seguida no NBB.
Fonte: GloboEsporte.com