“Vitória da lógica”

Os quinze primeiros minutos de jogo já determinavam o que seria Vasco x Bangu. O alvinegro veio com uma pegada de toques rápidos e acionamento dos laterais e dos jogadores abertos pelos flancos do campo (Andrezinho pela esquerda, Nenê pela direita). O resultado disso foi um bombardeio aéreo para a área do alvirrubro. Luan e Rodrigo cansaram de aparecer com as costumeiras cabeçadas. O placar poderia ter sido muito mais elástico se não fossem as intervenções do goleiro banguense Célio, o melhor em campo disparado pelo time visitante.

Há a necessidade de fazer justiça a Julio dos Santos pela atuação do jogo de ontem. Ainda que não aparecesse para a torcida com lances plásticos como os de Nenê, o jogador foi o homem do primeiro passe, o toque limpo, para as jogadas agressivas de ataque. No lance do primeiro gol, o meia paraguaio, de cabeça erguida, aciona Madson para o que viria a ser o gol de Jorge Henrique.

A mão de Jorginho também foi evidente na partida de ontem. Os toques rápidos botaram os jogadores no Bangu na roda e pouparam os jogadores vascaínos de uma correria que costuma evidenciar a alta idade média do time de São Januário. O domínio territorial foi traduzido nos 61% alcançados pelo Vasco.

A jogada do segundo gol foi o que mais denunciou o trabalho exaustivo do técnico. Na segunda parte do tempo final, falta para o Vasco no lado esquerdo do ataque. Andrezinho bate e centra em um ponto, no segundo pau, em que o zagueiro Rodrigo está destacado de marcação. O número 3 devolve a bola para a região central da pequena área e encontra a coxa de Luan. Gol do Vasco e coroação da jogada ensaiada.

O resultado talvez seja o que menos importa no fim dos noventa minutos. O que importou de fato foi ver que os jogadores estão mais entrosados e adaptados ao esquema. Com todo o respeito às tradições do time do Bangu, qualquer analista de futebol ou torcedor sabia, pelos confrontos contra o mesmo time em 2016, que não seria um jogo de vida ou morte. Teve o desfecho que a lógica determinava. Os desafios verdadeiros só darão as caras contra Flamengo, Fluminense e Botafogo. Quando chegarem esses embates, os gols perdidos contra o Bangu não poderão se repetir de jeito nenhum. O repertório precisa ser ampliado com o estabelecimento de camisa 9 que faça os adversários plantarem defensores e liberarem espaços para os outros jogadores do Vasco. Uma coisa é certa: Thalles e Riascos ainda não são esses caras que trarão o medo nas planilhas, quadros magnéticos e afins dos técnicos dos arquirrivais.

* André Lima também escreve para o Turma da Arquibancada (www.turmadaarquibancada.blogspot.com.br)
* https://m.facebook.com/andre.h.lima.5?ref=bookmarks
* Twitter: @harpiaharpyia

Notícia anteriorFutebol 7: Capitão do Vasco, Henrique Wruck comenta a conquista da Copa O-Live/Akxe
Próxima NotíciaRodney enaltece campanha do sub-20: “Iremos brigar pelo título”