A arquibancada tomada fez lembrar os velhos tempos. O Vasco estava de novo em quadra, em casa, dando o primeiro passo da caminhada que tem como objetivo a volta à elite do basquete nacional. Neste sábado, a equipe de São Januário fez sua estreia na Liga Ouro, divisão de acesso ao NBB, contra o Ginástico (MG). Depois de ter sido dominado no primeiro tempo, o time conseguiu a virada, mas desperdiçou, nos últimos segundos, a chance de assegurar a vitória no tempo regulamentar (67 a 67). Na prorrogação, passou sufoco e criou nova oportunidade. Desta vez, a bola arremessada pelo armador Hélio caprichosamente entrou e saiu da cesta. Melhor para o Ginástico que começou sua campanha com um triunfo fora de casa: 79 a 76. Apesar do revés, a torcida reconheceu o esforço do elenco vascaíno, que deixou a quadra sob aplausos.
Marcellus, cestinha do confronto com 19 pontos, lamentou o fato de a equipe carioca ter deixado a vitória escapar no finzinho do quarto período.
– Deixamos escapar a vitória no tempo regular, quando tínhamos o controle do jogo. Mas basquete é assim: não matou, morreu. Foi nosso primeiro jogo, está todo mundo se conhecendo. Só falta ganhar conjunto, porque determinação não faltou.
Pelo lado mineiro, Lucas Avelino festejou a estreia vitoriosa contra uma camisa tradicional do basquete brasileiro.
– A gente vem se preparando há sete meses. Nos preparamos muito para enfrentar o Vasco. Acho que o jogo valeu o ingresso. O gostoso do basquete é esse finalzinho de jogo, essa prorrogação. Quem não quer estar na quadra em um momento como este? No Ginástico estou tendo mais uma oportunidade de trabalhar e mostrar meu basquete. Sempre fiquei mais no banco, mas sempre me imaginei nesta posição de decidir, e sempre tive em mente que quando eu estiver em quadra preciso estar pronto. Hoje fui eu, mas poderia ter sido qualquer outro do time. Fico feliz por termos saído com a vitória. No próximo encontro, queremos fazer um jogo mais rápido. Nós conseguimos fazer isso hoje em alguns quartos, mas a proposta é essa. – disse o armador do Ginástico, que saiu do banco e foi o destaque do time no tempo extra, terminando com 12 pontos na conta.
As equipes voltam a se enfrentar nesta segunda-feira, no mesmo local, às 19h30 (de Brasília).
O JOGO
A defesa vascaína pecava e o Ginástico aproveitava. Fazia 6 a 0 e não sofria nenhuma ameaça. A marcação estava atenta, restando aos anfitriões os chutes de longe. Mas as tentativas davam em aro e davam ao time mineiro a vantagem no primeiro quarto: 16 a 9.
O Vasco tentava se acertar. A entrada de Marcellus – que terminaria o período com 10 pontos – dava mais velocidade ao ataque e trabalho ao adversário. Aos poucos, a equipe ia se aproximando no placar, indo para o vestiário com cinco pontos de desvantagem: 32 a 27.
Na retomada do jogo, os donos da casa melhoravam a defesa e mostravam um postura mais agressiva no ataque. O Ginástico sentia a pressão e parava. O Vasco acelerava o passo, chegava ao empate após uma roubada de bola de Marcellus (35 a 35) e acordava a torcida. Os cantos de “O Vasco é o time da virada” e o “O campeão voltou”, eram entoados. O time respondia com a tomada do comando do marcador depois de uma cesta do armador Hélio (43 a 42).
Drudi e Gaúcho faziam a frente aumentar (47 a 42). Os vascaínos ditavam o ritmo e levavam o período: 53 a 49.
Se o Ginástico tentava uma reação, Robby Collum estava pronto para freá-la com um arremesso de longe (59 a 52). A equipe mineira não se entregava e cortava a diferença para (61 a 59). O empate viria com Fernando Mineiro. O técnico do Vasco, Cristiano Medeiros, parava o jogo e cobrava mais atitude na defesa. Drudi fazia a sua parte e recolocava a equipe no comando. Após uma falhava no ataque cometida por Fred, Drudi outra vez tirava proveito (65 a 61). Adyb não deixava o Vasco fugir (65 a 63). Restando 39s, ele provocava o empate. Logo em seguida, Alef invadia o garrafão e jogava a pressão para os anfitriões a 15s do fim (67 a 65). Marcellus partia para a cesta, a bola não caía, Drudi pegava o rebote e arriscava. Aro de novo. Na cobrança dos lances livres, ele deixava tudo igual (67 a 67). O Ginástico tinha oito segundos para definir a partida. Fred encarava a marcação, mas levava um toco de Douglas Nunes. Prorrogação.
O Vasco começava o tempo extra sem Drudi, pendurado com quatro faltas. As equipes se equilibravam até nos erros. Gaúcho fazia o time cruz-maltino respirar (73 a 72). Lucas matava mais uma bola de três e abria 75 a 73. Douglas Nunes ia para a linha do lance livre e desperdiçava o primeiro. Fred ia para o ataque e calava o ginásio ao converter um chute de longe (78 a 74). O Vasco ainda mantinha viva a esperança quando Fernando Mineiro errava seus dois lances livres (78 a 76). Hélio procurava a linha de três pontos, mas a bola entrava e saía da cesta para alívio do Ginástico, quando restavam 2s. Pouco depois, Lucas sofria falta, convertia um lance livre e sacramentava a vitória. Marcellus ainda arriscava um arremesso de muito longe, sem sucesso.
REGULAMENTO
Além de Vasco e Ginástico, Sport (PE) e Campo Mourão (PR) disputam a Liga Ouro 2016. Cada equipe jogará quatro vezes contra a outra (duas em casa e duas fora) na fase de classificação, totalizando 12 partidas. O líder da temporada regular garante lugar automaticamente na decisão. O segundo e terceiro colocados disputarão uma melhor de cinco para definir o outro finalista. O campeão da Liga Ouro ganhará o direito de disputar o NBB 9.
PRÓXIMOS JOGOS
29/02
19h30 – Vasco x Ginástico
01/03
20h15 – Campo Mourão Basquete x Sport
03/03
20h15 – Campo Mourão Basquete x Sport
Fonte: GloboEsporte.com