FFERJ subsidia, cancela taxas e distribui bônus para estancar prejuízos do Carioca

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) começou, em 2016, a dar incentivos financeiros aos “pequenos” clubes no Campeonato Carioca. São três medidas que, na primeira rodada do Estadual, distribuíram R$ 70 mil aos oitos clubes que jogaram entre si e, logo, não enfrentaram Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.

Primeira. A federação deixou de cobrar a taxa de 10% sobre a receita bruta de partidas entre times “pequenos”. Quando um deles enfrenta um dos quatro “grandes”, a taxa é mantida. A renda abdicada pela FFERJ nas quatro partidas que não tiveram os quatro populares na primeira rodada, naturalmente, foi baixa – R$ 2,7 mil. Com públicos entre 400 e 800 espectadores por jogo, as rendas eram pequenas.

Segunda. A entidade passou a arcar com os custos operacionais de partidas entre os menores clubes. Quadro móvel, aluguéis, iluminação. Nos boletins financeiros publicados pela federação na terça-feira (2), constam apenas impostos. Volta Redonda e Bangu, que jogaram contra Fluminense e Vasco respectivamente no Raulino de Oliveira e em São Januário, arcaram com R$ 83,2 mil e R$ 91,1 mil em despesas. O Bonsucesso, Cabofriense, Friburguense e a Portuguesa-RJ pagaram valores 20 vezes menores, entre R$ 530 e R$ 3,8 mil. A federação explicou a ÉPOCA que despesas subsidiadas estão descritas nos borderôs como “bônus”. Elas somaram R$ 30 mil na rodada.

Terceira. A FFERJ começou a pagar “prêmios” aos times pequenos que saem vitoriosos. São R$ 10 mil para o vencedor e R$ 5 mil para cada em caso de empate. Resende, Macaé e Tigres levaram a cota máxima. América-RJ e Cabofriense racharam. O dinheiro sai direto do caixa da federação para a conta bancária do clube e não tem qualquer restrição. Ele o gasta como quiser. Na primeira rodada, R$ 40 mil foram distribuídos. O Volta Redonda, apesar de ter vencido o Fluminense, não foi premiado – o incentivo só vale entre “pequenos”.

As receitas líquidas dos mandantes na primeira rodada do Carioca
Bonsucesso: R$ 4.070,00
Volta Redonda: – R$ 16.065,61
Vasco: R$ 18.152,38
Cabofriense: R$ 4.835,00 (+R$ 5.000)
Friburguense: R$ 7.862,15 (+R$ 10.000)
Portuguesa-RJ: R$ 4.082,35 (+R$ 10.000)
Bangu: – R$ 32.894,76
Flamengo: R$ 17.758,80

As receitas líquidas dos visitantes na primeira rodada do Carioca
Resende: R$ 0 (+R$ 10.000)
Fluminense: – R$ 24.098,41
Madureira:  R$ 12.101,59
América-RJ: R$ 0 (+R$ 5.000)
Macaé: R$ 0
Tigres: R$ 0
Botafogo: – R$ 21.929,84
Boavista: R$ 20.207,66

Rubens Lopes, presidente da federação, entende que os incentivos ajudam a reduzir a diferença financeira entre os “quatro grandes” e as demais equipes da primeira divisão. Os subsídios surtiram efeito na primeira rodada. Em 2016, o saldo de mandantes e visitantes foi de R$ 39 mil positivos – incluindo todos os estímulos. Em 2015, quando seis dos oito mandantes terminaram a rodada inaugural no prejuízo, o resultado somado ficou em R$ 18 mil negativos.

Menos transparência
A FFERJ também tornou os boletins financeiros das partidas entre “pequenos” menos transparentes. O borderô de um jogo com um “grande” mostra quais foram os gastos com taxa de ambulância, taxa de bombeiros, taxa de iluminação, entre outros. O documento de um jogo sem um deles mostra só impostos. A entidade alega que o “excesso de transparência” de antes fazia com que a imprensa fizesse comparações para criticá-la – como, por exemplo, dizer que a taxa de ambulância foi maior do que o lucro de um time de futebol.

Fonte: Época E.C

Notícia anteriorVasco contrata lateral do Fluminense para o Sub-20
Próxima NotíciaApós deixar o Vasco em 2015 , Gilberto agora é o segundo brasileiro mais bem pago da MLS