Julio dos Santos ganha apoio depois de vaias: “Pinimba que atrapalha”

As vaias que ouviu após ter o nome anunciado no telão deram o tom do domingo de Julio dos Santos. O jogador paraguaio não precisou fazer muito para ouvi-las de novo: bastou atrasar uma bola, que a torcida julgou ser uma decisão errada, para que as críticas da arquibancada ficassem ainda maior. Julio encaixou as “tradicionais” jogadas com Madson, no primeiro e no segundo tempo, tabelou com Nenê e até ajeitou com açúcar, de peito, a bola que poderia dar a vitória ao Vasco, mas o camisa 10 chutou fraco para defesa de Marcelo Grohe.

Experiente, o jogador de 32 anos não é daqueles que sente críticas ou vaia de torcedores. Com estilo tranquilo, o paraguaio não muda o estilo de jogo e convive com as reclamações no estádio sem se alterar. É o que pensa o técnico Jorginho, que, no entanto, lembrou que o efeito das vaias às vezes pode irritar e respingar no restante dos jogadores da equipe.

– Foram vaias injustas. Lamento muito e peço ao torcedor que pense. Situação é difícil, no primeiro turno acumulamos um déficit enorme de pontos. Vamos pegar grandes equipes e todo esforço de aplaudir, estar junto, é importante. Tenho certeza que o torcedor vê o que estamos vendo, ele não é cego. A equipe melhorou muito. Hoje tem uma forma clara de jogar e o Julio dos Santos faz parte disso. Fez com que a equipe crescesse no segundo turno. É importante e vou continuar escalando – avisou o treinador.

Apesar de tê-lo substituído por Diguinho no segundo tempo, o técnico Jorginho ressaltou a importância do volante para a equipe. Além dos passes, Jorginho destacou a importância da presença do jogador na bola aérea defensiva. Julio tem 1,90 m.

– Quando perdemos o Julio nossa bola aérea passa a ser um problema sério. Era ele que marcava o Erazo. E hoje a bola parada é fundamental no futebol. Além da importância que ele tem, é só ver a bola que ele deu para o Nenê. Não é qualquer jogador que faz aquilo. Ele não é rápido, mas Diguinho também não é. É um estilo de jogo diferente, mas o Julio é importantíssimo, encaixa excelentes passes. Infelizmente o torcedor pega essa pinimba que atrapalha. Não é o caso dele, pois tem extrema personalidade. Uns sentem mais, outros menos. O Romário, por exemplo, era destemido, não ligava. Mas outros não. O momento é de o torcedor ajudar – comentou o treinador.

Quando saiu de campo, sob vaias, o jogador pareceu abatido. Após as reclamações iniciais, no entanto, o atleta ouviu aplausos, primeiramente puxados pelo banco cruz-maltino. Mas logo veio o apoio, ainda que discreto, de alguns setores da arquibancada. Ao fim do jogo, outra manifestação positiva da torcida. Apesar do empate, resultado ruim na situação atual, a torcida gritou com orgulho:”Vasco! Vasco!”.

– A maioria dos jogadores é motivada por isso. Quis salientar a questão específica do Julio dos Santos, porque você vê que não são todos que vaiam. A torcida tem dado o apoio nos jogos e esse apoio vai fazer grande diferença. Mas, mais uma vez, lembro que é importante apoiar o Julio. Quando estamos insatisfeitos vemos só os erros, mas procurem ver os acertos – concluiu.

Com 30 pontos, o Vasco é o último colocado do campeonato. Não perde há nove jogos, mas empatou os últimos quatro. Na próxima rodada, domingo que vem, o desafio é contra o Fluminense, no Engenhão, às 18h.

Fonte: GloboEsporte.com

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