O conceito de coincidência que nos interessa hoje possui a seguinte acepção: “igualdade ou identidade de dois ou mais eventos cujas circunstâncias se repetem”.
Pois bem. O que se passou com o Vasco na noite de ontem na partida contra a Chapecoense pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro e no último dia quatro, data em que o Vasco enfrentou o Avaí na Ressacada, seriam fatos considerados coincidentes, não fossem os detalhes que contextualizam os dois eventos.
Explique-se: Avaí e Chapecoense integram a Federação Catarinense, cujo presidente, Sr. Delfim de Pádua Peixoto, vem reiteradamente demonstrando o quanto exerce poderosa influência na CBF, muito em razão do enfraquecimento do atual presidente da confederação por suspeita de envolvimento em escândalos e fraudes – Delfim vem capitaneando, inclusive, o projeto para a criação da famigerada Copa Sul-Minas-Rio – e já declarou que não aceita que mais de dois clubes da sua federação sejam rebaixados no campeonato brasileiro.
É dizer: caso o clube da Colina derrotasse os dois clubes apaniguados do Sr. Delfim de Pádua nas duas últimas rodadas – o que aconteceria caso a arbitragem não interferisse no resultado – muito provavelmente hoje estariam na zona de rebaixamento três equipes de Santa Catarina, a saber: JEC, Avaí e Chapecoense. O outro clube dentro da zona da degola seria o Goías. Além do Figueirense, que seria o primeiro fora da confusão ao lado do Vasco, ou seja, o risco de que os quatro clubes de Santa Catarina fossem rebaixados aumentaria exponencialmente.
Além disso, não se deve perder de mira que o árbitro escalado para o jogo contra o Avaí era praticamente um estreante em jogos da Série A. Ora, é muita ingenuidade escalar um árbitro tão inexperiente para um jogo tão complicado entre duas equipes que lutam contra o descenso. Portanto não se trata de ingenuidade, aliás, passa longe disso.
Os lances falam por si só, dispensam maiores esclarecimentos, por isso se conclui sem muita dificuldade: o que vem acontecendo nos jogos do Vasco não são meras coincidências, mas um projeto meticulosamente articulado cuja finalidade é favorecer as equipes de Santa Catarina para que não sejam todas rebaixadas.
Isto é muito grave e deve ser investigado. O vascaíno, por sua vez, deve deixar de lado as questões políticas e defender a instituição que diz amar, porque o inimigo que ora se apresenta é externo, razão pela qual a defesa intransigente da instituição nesse momento deve estar acima de interesses pessoais e querelas políticas.
Saudações Vascaínas.
Assinam o presente artigo os moderadores do Vascaínos Unidos.