O Vasco não precisa de lanterna. Tem luz própria. O time que já fez história no futebol brasileiro, que foi conhecido por Expresso, revelou craques e artilheiros de primeira linha, tem de brilhar. Verdade que não deu um show neste domingo, mas teve garra suficiente para derrotar o Sport por 2 a 1, no Maracanã, e com isso, deixou a última posição do Brasileiro.
Invicto há quatro jogos, incluindo um empate, o time de São Januário chegou aos 23 pontos, igual ao Joinville, mas passou para a 19ª posição por ter uma vitória a mais que o time catarinense. Desde agosto, o Vasco era o lanterna.
A torcida vascaína que chegou ao Maracanã em cima da hora teve motivos para se animar logo cedo. O time começou pressionando e com dois minutos Madson cruzou da direita. A zaga do Sport se confundiu, e a bola sobrou para Nenê, que limpou o lance e chutou. Ferrugem ainda tentou salvar com o pé, mas a bola entrou: 1 a 0.
O gol, assim, logo no início, deu a impressão de que a vitória que tiraria o Vasco da incômoda lanterna não seria lá muito difícil. E a equipe quase ampliou aos 9 minutos. Numa cobrança de falta da direita, Serginho subiu e cabeceou. A bola ia entrando, mas o zagueiro Luan interferiu no lance, ao se lançar em direção à bola, mesmo sem tocar nela. A arbitragem anulou o gol. Empurrado pela torcida, o time carioca se mantinha melhor e quase ampliou num contra-ataque, em que Rafael Silva tentou por cobertura, mas encobriu a trave.
O time pernambucano — com uniforme azul e laranja em homenagem à Holanda, que dominou Recife no século 17 — aos poucos começou a pressionar. Marlone, formado nas divisões de base de São Januário, passou a comandar a equipe, até que aos 39 ele lançou Élber, livre na área, que teve tempo de dominar, girar o corpo e chutar rasteiro, cara a cara com Martin Silva: 1 a 1.
Veio a segunda etapa, e o Vasco acabou se beneficiando da mesma fórmula usada contra o Atlético PR, a do gol no começo de cada tempo. Em seu primeiro ataque, o centroavante Leandrão disputou a bola na cabeça com a zaga, conseguindo um escanteio. Andrezinho cobrou e o zagueiro Rafael Vaz deu cabeçada certeira no cantinho de Danilo Fernandes: 2 a 1, aos 3 minutos do segundo tempo.
O segundo gol reacendeu a torcida que lotava boa parte do lado direito da arquibancada. Mas os vascaínos levaram um susto aos 7, quando André, ex-jogador do clube, bateu falta com muito perigo. Martín Silva tornou a exercer seu ofício de salvar o Vasco. A partida ganhou em velocidade e ficou mais aberta. Os vascaínos buscavam o terceiro gol e quase chegaram com Rafael Silva em duas chances.
O técnico interino do Sport, Daniel Paulista, resolveu forçar as jogadas pelo meio, e fez entrar Hernane Brocador, ex-Flamengo, em lugar de Maikon Leite, para formar dupla de centroavantes com André. Era um jogo aberto, ofensivo de ambas as partes, e capaz de prender atenção e respiração do público, como aos 22 minutos, quando Ferrugem cruzou e Hernane Brocador cabeceou sozinho diante do goleiro e encobriu a trave. Àquela altura o Sport dominava as ações.
O técnico do Vasco, Jorginho, sentiu a pressão e fez duas substituições, com Herrera e Jomar nos lugares de Rafael Silva e Serginho. Com lances de perigo para ambos os lados, aos 30, Herrera chutou no pé da trave, e na volta, Nenê chutou para fora, em vez de rolar para Leandrão, livre. A pressão do Sport continuou, mas o Vascou se soube se segurar para garantir mais preciosos três pontos na briga contra o rebaixamento. A lanterna já era.
VASCO 2 X 1 SPORT
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-SC)
Auxiliares: Kleber Lucio Gil (Fifa-SC) e Marcio Santiago (MG)
Cartões amarelos: Rafael Vaz, Serginho (VAS); Danilo (SPT)
Gols: Nenê, 2’/1ºT (1-0), Elber, 39’/1ºT (1-1); Rafael Vaz, 3’/2ºT (2-1)
Renda/Público: 19.128 pagantes / R$ 591.020
Vasco: Martín Silva, Madson, Luan, Rafael Vaz e Julio Cesar; Serginho (26’/2ºT), Andrezinho e Bruno Gallo; Nenê (Lucas, 38’/2ºT), Leandrão e Rafael Silva (Herrera, 25’/2ºT) – Técnico: Jorginho.
Sport: Danilo Fernandes, Ferrugem, Matheus Ferraz, Durval e Renê (Danilo, 14’/2ºT); Elber, Rithely e Marlone; Maikon Leite (Hernane, 14’/2ºT), Neto (Régis, 32’/2ºT) Moura e André – Técnico: Daniel Paulista.
Fonte: O Globo