Goleiro Michel Alves acusa do Vasco de humilhação e entra com processo contra o clube

A relação entre o goleiro Michel Alves e o Vasco não terminou de forma boa no fim de ano passado. Contratado para suprir a saída de Fernando Prass, o arqueiro perdeu espaço e chegou a treinar em separado da equipe, após ser apontado como um dos culpados para o rebaixamento à Série B em 2013. Em entrevista ao canal “ESPN Brasil”, o jogador acusa o Cruz-Maltino de humilhação e por não pagar 22 parcelas do seu FGTS, além de 13º salário e férias.

O goleiro entrou com um processo por danos morais na Justiça do Trabalho contra a equipe e pede uma indenização de R$ 400 mil. A audiência está marcada para o dia 20 de outubro.

– O Vasco tinha o direito de querer que eu não trabalhasse lá, mas não tinha direito de me humilhar, de me fazer passar vergonha perante a minha família e para todo o Brasil. Não coloquei uma arma na cara de ninguém para assinar contrato com o Vasco, eles que ligaram, mas não tive nenhuma troca em relação a isso, toda vergonha e humilhação que passei. Foi uma situação lamentável no futebol que eu não desejo para ninguém o que a gente passou – contou ao site do canal de TV.
Michel Alves comentou, ainda, que já gastou todas as suas economias para pagar suas contas já que ainda não encontrou um novo clube e o Vasco só pagou duas das 24 parcelas que lhe deve.

– Estou precisando queimar as reservas que fiz durante toda minha carreira. Na Justiça, eu cobro nada mais do que é o meu direito, esse fato dos danos morais, da humilhação que sofri com a roupa do clube, foi humilhante e o transtorno emocional perante a família. Não recebi de outubro até dezembro, não pagaram 22 parcelas de FGTS, férias, 13º. Isso é um direito meu – disse o arqueiro.

A humilhação, segundo Michel Alves, aconteceu na reapresentação da equipe no início da temporada de 2014. O goleiro estava com um problema pessoal com a mulher, internada num hospital em Goiânia, e foi comunicado de que deveria se chegar com todo o elenco. Um dirigente do clube entrou no vestiário e informou, na frente de todos, de que o arqueiro estava em outra lista, que seria de dispensas. Ele afirmou que se sentiu mal e o clima ficou ruim.

– Quando começou o ano de 2014, eu estava em Goiânia e recebi uma ligação do pessoal do Vasco. Eu estava esperando uma situação de afastamento e perguntei sobre isso, mas me disseram para me apresentar normalmente junto com o restante do grupo. Minha esposa estava com problemas de saúde e hospitalizada e a deixei lá para pegar o avião e ir ao Rio de Janeiro numa segunda-feira. Vesti o uniforme do clube, peguei meu material e fui fazer os exames de rotina normalmente, mas passados 40 minutos que estava dentro do vestiário chegou o supervisor e me chamou todo constrangido: ‘Olha acabou de descer uma lista e falaram pra você, Renato Silva, Alessandro Sandro silva e Nei se apresentarem só na outra segunda’. Imagina o meu constrangimento. Falei assim: ‘Por que não me avisaram antes? P…, minha mulher está no hospital, nem teria saído de perto dela. Você me falou que era pra eu me reapresentar’. Então ele me respondeu que foi uma decisão tomada em uma reunião pela diretoria naquele instante. Foi um choque, não acreditava, por mais insensíveis que fosse a diretoria e que estivessem dirigindo o time, qual era a utilidade de eu ter viajado se ia ser afastado? Fora a vergonha que você fica, os companheiros te olhando, tanto é que chamei um segurança e pedi para ele esvaziar meu armário porque o clima ia ficar ruim, ninguém ia entender nada, e imagina ter que explicar essa história a cada um deles? – contou.

Fonte: EXTRA

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