Capitão do Pan, vascaíno Luan supera perda do filho e sonha com Rio 2016

Quando Luan converteu um pênalti contra o Fluminense pelo Campeonato Carioca, em fevereiro, explodiu de alegria. Tudo estava dando certo para o zagueiro. Ele se firmara como titular após perder a posição e amargar a reserva no fim do ano passado. Naquele momento, se sentia no topo do mundo. Mas não demorou muito para a felicidade ser substituída por uma profunda tristeza. Quando chegou em casa após o clássico, recebeu da esposa Clarisse uma terrível notícia: ela perdera o bebê que seria seu primeiro filho.

Era o mesmo a quem o vascaíno havia dedicado a comemoração de seu gol, colocando a bola sob a camisa do Vasco e chupando o dedo. Um duro golpe. Cinco meses depois, Luan está se reconstruindo. A memória da tragédia familiar segue viva, mas ele se supera a cada dia com a dedicação ao futebol. No Pan de Toronto, é o capitão da seleção brasileira, que está na semifinal contra o Uruguai. O duelo será nesta quinta-feira, às 18h35 (de Brasília). O GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real.

– Imagine a cabeça de um cara que fez um gol num clássico e chega em casa com a notícia de que sua esposa perdeu o filho? É uma derrota bem diferente de uma derrota dentro de campo. Um filho é tudo na vida de uma pessoa. Nem tinha visto meu filho ainda, tinha dois meses na barriga, e eu já amava como nunca amei ninguém na vida. Foi difícil. Estávamos empolgados, dois jovens apaixonados, podendo ter um filho. Mas o segredo é você trabalhar, se apegar às pessoas que gostam de você, fazer as coisas que você ama que essas coisas são superadas. Deus sabe de todas as coisas. Em breve, vamos conseguir – comentou o defensor de 22 anos.

 

Luciano Brasil x Panamá  pan-americano 2015 (Foto: Washington Alves/Exemplus/COB)

E Luan trabalhou mesmo. Tentou não perder o foco no futebol, tanto é que, no fim de semana seguinte, fez um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Bangu no Carioca. O apoio dos vascaínos e colegas de equipe foi essencial. O zagueiro colocou na cabeça que se doar ainda mais ajudaria a passar pelo obstáculo na vida pessoal.

– Na época, a torcida do Vasco foi muito importante, muito fiel a mim. Meus companheiros me ajudaram. No outro jogo, consegui fazer outro gol. A confiança dentro de campo fez com que eu superasse, estava vivendo um momento muito bom, e tudo isso foi superado. Hoje estou tranquilo, meus pais ficaram tristes, mas já estão bem. De 10 mulheres, isso acontece com pelo menos cinco, mas ninguém anda escrito na testa que perdeu o neném. Como sou uma pessoa pública, veio à tona – disse Luan, que já disputou 93 jogos pelo time profissional do Vasco.

Aproveitando a boa fase nos gramados pelo Vasco, voltou a ser convocado para amistosos da seleção olímpica. Apesar de ser zagueiro, estava marcando seus gols (já tem cinco no ano: quatro pelo Vasco e um no Pan). Mas quis o destino que, novamente, Luan tropeçasse em uma pedra em seu caminho. Essa, muito menor, claro. Uma lesão na coxa esquerda o cortou não só do time do Brasil como do clássico na semifinal do Carioca contra o Flamengo. Bressan, do arquirrival, hoje companheiro na seleção que está no Canadá, foi convocado para seu lugar.

A superação, mais uma vez, veio com trabalho. O garoto esteve em campo na decisão estadual contra o Botafogo e conquistou seu primeiro título como profissional. Um prêmio para Luan que, de 2006 a 2012, jogou na base vascaína, morou em um alojamento em São Januário e, há três anos, se profissionalizou. Depois, era só ladeira acima. No dia 12 de junho, foi convocado pelo técnico Micale. Pouco menos de um mês depois, recebeu a braçadeira de capitão.

Uma chance de ouro em busca de um dos seus maiores sonhos: as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, um título que seria inédito para a seleção brasileira, que tem três pratas e dois bronzes na história da competição. No caso dos Jogos Pan-Americanos, a chance de fazer história está mais próxima. Atrás da Argentina, que tem 11 medalhas pan-americanas (seis ouros, duas pratas e três bronzes), e do México, com nove (quatro ouros, três pratas e dois bronzes), o Brasil possui sete pódios.

Fonte: GloboEsporte.com

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