A temporada começou na Segunda Divisão. Condição incômoda demais para um time que havia ficado na quarta posição no Mundial de 2014. A França estava mordida e disposta a mostrar que seu lugar era na elite. Com uma campanha invicta, garantiu a volta e a vaga nas finais da Liga Mundial. Chegou botando banca, derrotando o Brasil na estreia e vendo os anfitriões serem eliminados dois dias depois. Derrubou outro gigante nas semifinais: tirou a Polônia, atual campeã do mundo, da briga. Neste domingo, no Maracanãzinho, tentava encerrar a trajetória na competição de forma perfeita. Conseguiu. Venceu a Sérvia por 3 sets a 0 (25/19, 25/21 e 25/23) e ergueu pela primeira vez o troféu do torneio, tendo sofrido apenas um revés (para os Estados Unidos) em 18 jogos.
– Chegamos aqui com menos pressão do que as outras equipes porque estávamos no Grupo 2, mas nós sabíamos que poderíamos ganhar. Vencemos o Brasil em 2013 e sabíamos que poderíamos fazer isso novamente. Não sei como explicar a maneira como nos sentimos, mas acho que não vamos pensar sobre isso por agora, talvez amanhã. Mas estamos muito felizes! Nós treinamos tão duro durante dois meses e meio e agora voltamos com esse troféu para a França. As palavras não podem descrever isso – afirmou o capitão Benjamim Toniutti.
Em 2006, a tentativa havia batido na trave contra a equipe brasileira. Desde então, o time nunca mais havia disputado uma decisão da Liga. Desta vez, o craque Earvin Ngapeth liderou os Bleus e foi eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) da competição, e Antonin Rouzier se destacou no jogo decisivo, sendo o maior pontuador, com 17 acertos. Ngapeth também terminou as finais da Liga como o melhor ponteiro. A seleção da fase final teve ainda o polonês Kubiak (segundo ponteiro), os centrais Holt (EUA) e Lisinac (SER), o levantador Toniutti (FRA), o oposto Atanasijevic (SER) e o líbero Zatorski (POL).
Mais cedo, na disputa do bronze, os Estados Unidos levaram a melhor. Bateram a Polônia por 3 a 0 (25/22, 25/23 e 25/23).
– De forma geral foi uma boa Liga. Estou bem orgulhoso da nossa recuperação após uma derrota devastadora para a Sérvia ontem, foram cinco sets, e o time conseguiu voltar e ganhar uma medalha nesta arena onde serão as Olimpíadas no ano que vem. (Os Jogos) Serão incríveis. Acho que o Rio é uma sede incrível para os Jogos, é uma cidade de muita energia, serão jogos eletrizantes e acho que será uma das melhores edições. Estive em Pequim 2008 e Londres 2012 e espero conseguir a classificação porque queremos estar aqui no ano que vem e ganhar uma medalha de ouro – disse o central David Lee.
O JOGO
A França não dava tempo para os rivais respirarem, abrindo 5/0. Passado o susto, os sérvios soltavam seu jogo e chegavam ao empate (7/7). Atanasijevic pedia o apoio da torcida. Os franceses erravam pouco e ainda contavam com a ajuda dos rivaiss, que davam pontos de graça no saque e perdiam a primeira parcial: 25/19.
As ações se equilibravam na parcial seguinte. Dois erros bobos da Sérvia e a insistência em encarar o triplo dos Bleus permitia que Ngapeth e seus companheiros virassem (12/11). Le Goff aparecia bem pelo meio e ainda se mostrava um muro incômodo para Atanasijevic (19/16). A torcida francesa se manifestava e o canto de “Allez les Bleus” era abafado por vaias. O saque de Okolic parava na rede e a França fazia 2 a 0: 25/21.
Nikola Grbic ia para o tudo ou nada. Sentava seu craque no banco e arriscava uma nova formação. Atanasijevic ficava de olho comprido na quadra e tentava fazer sua parte chamando os torcedores. Lá dentro, os companheiros conseguiam manter dois pontos de distância no placar. O bloqueio mostrava eficiência e o saque entrava. A arquibancada gostava do que via e pressionava. Os sérvios caminhavam para fechar o set (22/18). Bola para Ngapeth. Colocava no chão e encarava Uros Kovacevic. O ponteiro francês ia para o saque e fazia estragos. Tillie aproveitava e deixava tudo igual (22/22). Mas Ngapeth errava o saque seguinte. Queridinho da torcida, Atanasijevic voltava para quadra e era muito aplaudido. Mas a festa logo acabaria. Le Roux dava sorte no saque, via a bola bater na fita e cair do outro lado. Match point. Após um bom rali, o título francês viria pelas mãos de Rouzier. Abraçados, os campeões cantavam e dançavam.
A fase final da Liga Mundial
Quarta-feira
Brasil 1 x 3 França
Sérvia 2 x 3 Itália
Quinta-feira
Brasil 3 x 1 Estados Unidos
Polônia 3 x 1 Itália
Sexta-feira
Estados Unidos 3 x 1 França
16h05 – Sérvia 3 x 2 Polônia
Sábado
EUA 2 x 3 Sérvia
Polônia 2 x 3 França
Domingo
EUA 3 x 0 Polônia
Sérvia 3 x 0 França
Fonte: Globo.com