
Nos bastidores, há quem garanta que o caso ainda vai parar na Justiça. Isso porque consideram uma manobra com supostos interesses pessoais de Cristiano Koehler, que liderou a mudança no rumo das tratativas depois de o presidente Roberto Dinamite prometer, em reunião do Conselho Deliberativo de 16 de junho, que só assinaria vínculos curtos a partir de então. No último encontro com a marca, comprada pela Nike em 2007, o CEO do Vasco levou junto o vice de futebol, Ercolino de Luca, e o vice geral, Antônio Peralta, para darem a anuência.
Comenta-se que as cifras definidas estão em nível não muito distante do acordo anterior, de 2009, e que previa um abatimento nas parcelas em função de uma dívida que o clube contraiu com a Penalty. A proposta da Umbro inicialmente, de fato, não agradou, mas Koehler retomou as conversas por não falar a mesma língua que a fornecedora atual, que ainda estampará seu nome nos uniformes de jogadores e comissão técnica por 90 dias, segundo integrantes da diretoria, em transição já combinada, evitando assim que haja falta de material em breve.
Já havia até um modelo aprovado para as três camisas do time profissional pronto para ser lançado, tamanha era confiança da parceira, mas a troca de críticas de lado a lado e as dores de cabeça sobre o material eram frequentes. A nova fornecedora deve
acusações de desvio e contrato descumprido
O departamento de marketing não participou desta negociação, assim como, em outras épocas, não tinha sequer acesso à remessa enviada pela Penalty. Ex-dirigentes e profissionais da área do Vasco alegam que as categorias de base utilizavam constantemente material defasado da fornecedora porque o controle de distribuição era precário. Dinamite teria dado a ordem para que o almoxarifado fosse o único responsável pelas movimentações e tinha alocado no setor um de seus parentes contratados. Internamente, a suspeita de desvio dos produtos foi inevitável.

– Era peça para caramba e acabava com uma velocidade grande. Essa chegada e distribuição sempre funcionou em um departamento separado, achávamos errado, mas não tinha contestação – contou uma fonte que pediu para não ser identificada.
O mandatário não foi encontrado para comentar a acusação, nem mesmo através de sua assessoria. Já a fornecedora respondeu sobre o caso quando solicitada e, sem se envolver, afirmou que “da porta para dentro, a gestão de material era exclusiva do clube” e que “o volume de peças sempre foi honrado e entregue dentro do cronograma”.
Cada jogador profissional tinha direito de levar jogos de camisas e, nas partidas, havia a troca padrão no intervalo. Com os shorts, porém, era diferente. Ao ouvirem pedidos dos torcedores, alguns mostravam como ela estava puída e explicavam que não poderiam a ceder. Os adesivos de patrocinadores que soltaram diversas vezes em campo ficavam a cargo do Vasco por causa da rotatitividade de marcas pontuais e eram feitos por uma empresa em São Januário.
Por outro lado, além da discussão da diferença de valores e do repasse de royalties, identificados em balanços e contestado pelo Conselho Fiscal, a Penalty também não cumpriu itens do contrato, como a inauguração de uma megaloja no Nordeste. A franquia Gigante da Colina, que chegou a ter 20 estabelecimentos, foi um projeto em união com a SPR.
A construção da megaloja, no estádio, e os lançamentos das terceiras camisas (azul, preta e templária), cujas vendas fizeram sucesso e ganharam eventos especiais, foram um acerto no período. Outros projetos, como as campanhas “Eu não abro mão”, “Vasco na Pele” e “Trem Bala da Colina” são motivo de orgulho da empresa paulista.
Fonte: GloboEsporte.com