
A vontade de contar com seu nome na linha de frente é um dos principais motivos para a demora na definição da estrutura, que tem o empresário e presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, figuras relevantes no clube e na vida pública, como o vice geral atual, Antônio Peralta, o presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho, os também empresários Jorge Salgado e Nelson Sendas, e Carlos Osório, secretário de Transportes do estado.
Cabral nunca escondeu que um dia gostaria de assumir o comando do Vasco, time de seu coração e também do pai, o jornalista Sérgio Cabral. Tanto que auxiliou a gestão de Roberto Dinamite em diversos momentos, utilizando-se de sua influência no mercado, como nas negociações com a montadora Nissan. Recentemente, o político abriu mão de concorrer ao Senado Federal e não terá cargo público nos próximos anos. No entanto, coordena a campanha do sucessor, Luis Fernando Pezão, que termina em outubro, e precisa contornar a situação complicada entre PMDB, seu partido, e PT pela indicação de César Maia em seu lugar.
A corrente trabalha com pelo menos um plano B para a presidência e discute internamente sua viabilidade. Muito provavelmente não será um rosto conhecido de sócios em geral e torcedores. Efetivamente, não há pressa porque acredita-se que a Copa do Mundo ofuscaria qualquer divulgação. Por isso, a intenção é ter tudo pronto no dia 14 – logo após a final, no Maracanã. O próprio Edmundo também trabalha como comentarista dos jogos de uma emissora de TV. Em meio ao mistério e a tanto cuidado, talvez nem mesmo o batismo da chapa seja mantido.

Está alinhada com os interesses e deve ajudar a compor uma futura diretoria a Cruzada Vascaína, de Leonardo Gonçalves, que havia protocolado o É Vasco para concorrer ao lado Eduardo Machado, do Pró-Vasco – que também mantém conversas próximas com o grupo do Animal. Gonçalves e o ex-jogador, aliás, fizeram juntos um curso de gestão esportiva. É possível ainda que o apoio se estenda a mais pessoas, diante da concentração de forças e do caminho de alianças para que, principalmente, o ex-presidente Eurico Miranda não saia vencedor.
Fundos e ideias na mesa
Os empresários que compõem a chapa começaram a se reunir há quase dois anos. Pouco a pouco, desenharam soluções para tirar o clube da grave crise financeira e técnica. E já vêm trocando ideias com a administração vigente por meio de interlocutores, como no caso das tratativas sobre a renovação ou não com a Penalty, fornecedora de material esportivo.

Alegam que fundos de investimentos milionários foram criados e parcerias no exterior foram previamente negociadas para entrar em ação de imediato, com foco no futebol, no projeto para a construção de um Centro de Treinamento, na revitalização de São Cristóvão e consequente transformação de São Januário em arena e na implantação de um programa de sócios.
A intenção desta união de vascaínos era estar no pleito de 2017, mas a fase urgente agilizou o andamento e, na visão dos articuladores, o peso de Edmundo e Sérgio Cabral será o fiel da balança. Primeiro, foi Olavo Monteiro de Carvalho que aceitou o desafio de ser lançado. Depois, com o tempo, a bola passou para Salgado e Horta, que cresceu com o apelo popular. As obrigações profissionais de ambos impediram o envolvimento como candidato.
Além desta chapa e de Eurico Miranda, estão inscritas a Vasco Passado a Limpo, de Tadeu Correia, a Identidade Vascaína, de Roberto Monteiro, a Vira Vasco, de Nelson Rocha, a Chapa Azul, de Otávio Gomes, e a Vanguarda Vascaína, de Márcio dos Santos. Mas apenas as três primeiras devem permanecer na luta. Há conversas para uma aliança, mas as vaidades, discordâncias conceituas e a denúncia do caso conhecido como “mensalão” são obstáculos improváveis de se superar. A polícia ainda investiga a suposta compra de milhares de novos sócios para levar vantagem no pleito, que corre risco de adiamento e disputa judicial.
Fonte: GloboEsporte.com