Chuparam a laranja e deixaram o bagaço no Vasco

 
Maio de 2003: Porto tenta a contratação de Léo Lima.
Esta foi a primeira vez em que o nome do empresário Carlos Leite, então procurador do meia, esteve ligado em uma notícia sobre o Vasco. E, por muitos anos, foi só.

Até o fatídico dia 7 de dezembro de 2008. Data do primeiro rebaixamento do clube para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Enquanto as lágrimas da torcida ainda escorriam, surge a informação: Carlos Leite investirá R$ 16 milhões no Gigante. Apenas três dias após o descenso.

Quem? Como? A troco de que? À espera por um salvador, ninguém fez perguntas e aceitou sem questionar o que lhe foi oferecido. E vinha dando certo.. Para quem não tinha nada, de repente chegaram Dorival Júnior, Enrico, Carlos Alberto, Nilton, Jéferson, Fagner, Ramón, Élder Granja, Gian , Magno, Rodrigo Pimpão, Titi… Grandes desconhecidos, com exceção do camisa 19, mas que deram conta do recado em 2009. Não temos do que reclamar.

Deu certo, para os dois lados! Atletas valorizados, retorno do investimento garantido. Clube de volta à elite e com moral entre a torcida. Lucro certo!

Mas tudo tem um preço. Por coincidência, ou qualquer outra coisa que queira chamar, diversos atletas oriundos da base passaram a ser representados pelo empresário. Rômulo, Renato Augusto, Souza, Alex Teixeira, Morais, Mateus, Guilherme Costa… Praticamente um monopólio. Provavelmente pelo bom serviço prestado, eu tendo a acreditar. Ou estou errado?

O ano de 2010 foi mais comedido. Élder Granja, Fellipe Bastos, Éder Luís e Bruno Paulo foram algumas das novas aquisições. A base, essa criada através de Carlos Leite e seus mais novos contratantes, foi mantida. Alguns saíram, afinal produto parado não gera lucro. Mas poucos. Souza e Alex Teixeira foram os primeiros.

Na temporada seguinte, o grande ’boom’! Anderson Martins, Diego Souza e Alecsandro, também agenciados por Carlos, chegam ao grupo. O time ganha a Copa do Brasil e consegue a classificação para a Libertadores do ano seguinte. Pronto, o que era para ser um momento de êxtase e euforia por retornar ao topo, parece ter desandado a coisa toda. Ramón e Anderson Martins deixam o clube. Outros que vinham atuando pouco foram emprestados, como Enrico, Renato Augusto e Mateus, além de outros tantos da base que seguiram seus caminhos.

Apesar disso, a equipe termina bem o Brasileiro daquele ano, disputando o título até a última rodada. Em 2012, nada mais chega. A parceria parece enfraquecer.

 
Boatos sobre uma possível briga interna – não se sabe o motivo – começam a rolar. Assim como acusações sobre uma possível pressão sobre os meninos da base para assinar com o empresário. Nunca provado, mas…
O time acaba eliminado da Libertadores e dá início à queima de estoque. Fágner, Allan, Diego Souza e Rômulo deixam a Colina. E, mesmo com as vendas, o clube consegue chegar ao final cheio de novas dívidas. Afinal, estes atletas nunca eram 100% do Vasco. No fim da temporada, a debandada só aumenta. A bomba estoura com o fim da parceria e até Juninho, que havia retornado no ano anterior, decide sair.
Sem rumo, permanecem apenas aqueles com contratos longos e sem mercado. O jogo inverte. Agora parece que quem é Carlos Leite NÃO joga. Vide Renato Augusto e Enrico que por mais de dois anos mantiveram contrato e não atuaram. Quem conseguiu sair, tudo bem. Quem não, amém.
Dinamite, que já vinha ficando sozinho, ficou ainda mais. Daí passou a abrir mais espaço para outros empresários na Colina, que levaram Nei, Sandro Silva, Abuda… Não deu certo. Roberto e Leite até ensaiaram uma reconciliação com a volta de Fágner e a chegada de Willie. Mas dessa vez a desvalorização não ajudou ninguém.
Agora, com tudo isso tendo rolado nos últimos anos, estamos nós aqui vendo um time disputar a segunda divisão sem motivação ou identidade. Um catadão de vários ’investidores’ que utilizam o Vasco como ponte. Estamos tão sem rumo, tão perdidos, que não sabemos mais nem quem é o empresário que ’manda’ no clube…
Até nisso nos perdemos…
Chuparam a laranja e deixaram o bagaço.

Fonte: Blog do Garone – LANCENET!

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