Impossível retratar o jogo de ontem, sem citar o que ocorreu na véspera dele. O que o Vasco menos precisava, naquele momento, era de problemas extracampo com os seus atletas. Não há o que defender naquela atitude infantil e desnecessária. Tampouco justificar o que estava ali, estampado e dando na cara dos torcedores. O Vasco e a instituição é mais aquilo. Mais que um volante e um zagueiro em má fase. Mais que um goleiro da base que nem sequer cuida do seu físico para tratar a torcida com chacota. O Vasco é muito mais que um garotinho mimado e irritado por não ter condições alguma de vestir uma camisa 10 de um time. Muito menos se essa camisa for a do Vasco. Mas a conta foi paga por eles.
Falando em merecimento, o Vasco precisa mesmo é de jogadores como Wagner, marcando e criando, parecendo até um garoto de 20 anos. Pikachu que o diga. A fisionomia de alegria na hora do segundo gol, mas sem conseguir expressá-la, já que estava tomado pelo sentimento de alivio; alívio em conseguir uma classificação em um momento tão conturbado que o time passa. O Vasco precisa disso. De amor à camisa. De resultados. E é impossível conquistá-los via redes sociais. É preciso mostrar dentro de campo. É assim que se cala um torcedor. É assim que se põe fim a uma critica direcionada. Quando vão aprender?
Bruno Silva, um dos mais criticados, antes mesmo de sequer estrear pelo time, sabe bem como fazer a lição de casa. O jogador de 30 anos, recém-contratado pelo Ferroviária, mostrou como deve ser dada a resposta. Mostrou como deve-se aceitar as críticas e mostrar seu trabalho. O primeiro gol foi dele. A criação da jogada também. Ele não só fez o gol: ele mereceu o gol. Enquanto ele voava baixo acompanhando a jogada criada por ele mesmo, Wellington voava alto. E por culpa dele mesmo, também.
Escolhas à parte, o Vasco acabou aterrissando onde não desejava. Mas conseguiu ao menos isso. A possibilidade maior era continuar voando sem chegar a lugar nenhum.
Vascaínos Unidos – Raílla Moura