Jorginho usa discurso boleiro e religião como armas para reerguer Vasco

Contratado em agosto pelo Vasco, Jorginho foi considerado por muitos até mesmo como maluco por aceitar a proposta, dada a situação dramática da equipe no Campeonato Brasileiro. Porém, confiante no elenco que tinha em mãos, ele não deu ouvidos aos comentários e, empregando seu estilo motivador, religioso e boleiro, fez os jogadores voltarem a acreditar que é possível a reação.

Invicto há cinco jogos na competição, tendo vencido quatro partidas, Jorginho começa a reparar que seu trabalho faz efeito. Internamente, muitos apontam que seu diálogo franco com os atletas, fruto dos cursos de coaching que andou estudando, tem ajudado bastante. Ex-jogador, o técnico, junto com o auxiliar Zinho, têm simplificado falando a linguagem do boleiro.

Evangélico, ele também tem aplicado bastante a fé para motivar o grupo e se beneficia do fato de muitos do elenco terem a mesma religião que a sua.

Detalhes vindos da arquibancada também já foram usados em preleções, como a frase “eu escolhi acreditar”, exibida em uma faixa criada por um torcedor e que tem marcado presença nos jogos da equipe.

Jorginho tem gozado de simpatia com membros da comissão técnica. O diálogo, por exemplo, com preparadores físicos, médicos, psicóloga e fisiologistas voltou a funcionar, diferentemente do período do seu antecessor Celso Roth.

Taticamente, teve o momento de maior coragem ao barrar o até então capitão e querido pela torcida Guiñazu, conseguindo executar a decisão sem deixar rusgas. Fora isso, deu oportunidades a jogadores que não vinham jogando, como Bruno Gallo, Rafael Vaz e o jovem Renato Kayzer.

” A parte dele (Jorginho) é muito grande porque ele soube fazer com que nós voltássemos a ter confiança. Até com o pessoal que não está jogando. Acabou que virou uma família. É difícil? É. Mas se nós corremos atrás e tentarmos dar ao máximo, é possível”, disse um dos líderes do elenco, o meia Nenê.

Jorginho revelou que todo um procedimento é feito após as partidas no sentido de manter os atletas focados e motivados.

“A gente sempre conversa depois do jogo, independente do resultado, para posicionar o que estamos planejando. Temos uma psicóloga (Maíra Ruas), já fiz um curso de coaching, isso me ajuda nessa relação com pessoas em termos motivacionais. O treinador tem de ter virtudes e uma delas é fazer os jogadores acreditarem no que é passado”, declarou.

Confiante, ele explicou os motivos que os levaram a aceitar a proposta do Vasco mesmo com o clube estando na lanterna do Campeonato Brasileiro.

” A situação realmente era crítica. Mas um profissional que se propõe a assumir em um momento como esse, tem de acreditar. A questão de vida é fundamental para que possa trazer uma resposta no esporte. Acho que continuamos em uma situação delicada, porque a gente ainda precisa de outros resultados, apesar de termos dois confrontos diretos nas próximas semanas. Está melhorando. E cada vez que melhora, ganha um fôlego novo, o passe sai certo, as coisas acontecem”, destacou.

Fonte: UOL ESPORTE

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