Bola na marca da cal, Nenê na cobrança e… Gol. Nos três pênaltis do camisa 10 vascaíno no Campeonato Brasileiro, 100% de aproveitamento.
Número que o credenciou a cobrador oficial do time de Jorginho. Mas para manter a média, o meia admitiu adotar uma tática muito utilizado pelos goleiros nos tiros de sete metros: estudar o adversário. Ele afirmou que costuma fazer o feitiço virar contra o feiticeiro nas penalidades máximas, mas alegou que não conseguiu fazer isso antes do clássico contra o Flamengo. Aí, contou com a ajuda do auxiliar da comissão técnica Maurício Ferreira, trocou o lado de sua cobrança e enganou Paulo Victor.
Às vezes (estuda os goleiros). A maneira que bato é diferente, tento esperar o máximo o goleiro cair de um lado para dar a bola no outro. Às vezes acaba passando (a oportunidade), não que eu não queira estudar. (Contra Paulo Victor) Só ouvi o Maurício falar, e uma outra pessoa também me falou, o canto forte dele geralmente. Então já me deu uma dica grande, e acabou sendo o canto que ele caiu – relatou o jogador, que explicou como é definido o cobrador no Vasco.
– A gente conversa desde a preleção: fala “você vai bater falta, você corner (escanteio), quem vai na barreira”… No pênalti é a mesma coisa. Primeira eu bato, se não tiver tem o Rodrigo, o Andrezinho… Geralmente sou eu.
Nos jogos diante de Atlético-MG e Atlético-PR, Nenê havia cobrado no canto esquerdo de Victor e Weverton, respectivamente. Contra o Flamengo, Paulo Victor chegou a apontar para o lado onde o meia vinha cobrando e para onde pularia em seguida, mas ele deslocou o goleiro rubro-negro. Este foi o quarto gol do camisa 10 pelo Vasco, coincidentemente todos no Maracanã. Antes, ele também deixou sua marca contra o Sport, só que com a bola rolando. E vem se surpreendendo com a fase goleadora.
– No começo dizia que não fazia gols, e sim dar passes, mas está acontecendo (risos). Estou feliz. Espero que torcedor tenha confiança em mim sempre.
O meia falou ainda sobre a comemoração nos braços da torcida no Maracanã, o que lhe rendeu um cartão amarelo, pois subir as escadas do estádio é proibido pela CBF. Nenê disse que não sabia disso, mas alegou que mesmo se soubesse não deixaria de festejar com os vascaínos.
– Momento incrível, fiquei muito feliz. Nem sabia do negócio do cartão (risos). De qualquer maneira, se soubesse, não ia mudar também. Iria querer estar ali, principalmente naquele lado ali. Tivemos derrotas difíceis, e eles estavam com a gente. Foi bem legal, eles mereciam e nós também. Estamos juntos nessa luta.
O Vasco segue sua arrancada no Brasileirão e já diminuiu a diferença para o primeiro clube fora do Z-4 de 13 para cinco pontos. Nas próximas rodadas, há dois confrontos diretos contra Avaí e Chapecoense. Antes, porém, o time de Jorginho decide sua vida na Copa do Brasil contra o São Paulo, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Maracanã. Após perder o jogo de ida por 3 a 0 no Morumbi, o Cruz-Maltino precisa vencer por quatro ou mais gols de diferença para chegar à semifinal. Se devolver o placar de 3 a 0, leva a decisão para os pênaltis.
Fonte: Globo.com