Análise tática: menor posse, maior objetividade

Menos passes, mais chutes. Menor posse, maior objetividade.

Estas são umas das mudanças do ‘novo’ Vasco de Jorginho. Ou ao menos são algumas das características apresentadas em suas últimas partidas. O time que tocava muito e produzia pouco, passou a passar menos e definir mais as jogadas.

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A alteração nos números, e consequentemente nos resultados, pode ser explicada com duas palavras: equilíbrio e organização. Era uma equipe cambeta, mas parece ter se alinhado.

O Vasco tinha, até então, apenas uma saída de bola ‘eficiente’ – ou mais efetiva -, pelo lado direito, com Julio dos Santos e Madson. Porém, para conseguir fazer a transição defesa-ataque, precisava rodar a jogada ’20 vezes’ até que o camisa 2 ficasse livre para receber, o que muitas vezes não acontecia.

Saída de bola contra o Atlético-PR:

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Saída de bola contra o Flamengo:

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Com as entradas de Bruno Gallo e Julio César – algo que já havia ocorrido contra a Ponte Preta -, a equipe ganhou novas opções na saída de bola, dificultando a marcação adversária e aumentando a variação de jogadas de ataque, já que ambos possuem características ofensivas.

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A prova disso veio no gol marcado pelo lateral – o primeiro de um jogador da posição no Vasco em 2015 – que abriu o marcador na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR. A dupla chegou inteira na jogada e o camisa 6 abriu o placar, algo impensável com Christianno e Guiñazu em campo.

Destaque também para a movimentação de Jorge Henrique, que fecha no meio da área junto com Leandrão, chamando a atenção da marcação e abrindo espaço para o meia e o lateral terem liberdade para finalizar.

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Jorginho definiu o posicionamento e a função de cada jogador em campo, deu um padrão. Com o esquema definido e começando a se encaixar, as linhas defensivas – apesar de alguns erros individuais de posicionamento -, contra o Atlético-PR, se compactaram de maneira mais coesa, obrigando o Furacão a chegar com perigo apenas nos cruzamentos, mas sem conseguir penetrar a defesa no toque de bola.

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O Vasco agora tem dois laterais com características mais ofensivas e dois volantes – meias? – para abastecê-los. Tem mais jogador participando do jogo e menos apenas olhando. Julio e Gallo não são velozes, mas passam rápido e para frente, este é o grande diferencial em relação ao time que vinha atuando.

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Tanto Gallo quanto Julio foram camisas 10 no início de carreira, e isso explica um pouco da mudança nos números do time nos últimos jogos. Ambos tendem a atuar visando sempre o gol, a jogada em profundidade, o passe para os atacantes. Mais recuados, como volantes, possuem mais opções e têm conseguido encontra-las, principalmente na transição entre defesa e ataque.

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Com Leandrão na frente, a bola chega e fica, além de rodar pouco antes de ser concluída. É bola no pé do atacante e uma finalização. Em apenas 45 minutos contra o Atlético-PR, foram 4 chutes do camisa 9. Com Riascos, apenas um.

Menos passes, menos posse, porém, menos passividade. Essa foi a tônica da equipe nas vitórias recentes sobre Ponte e Furacão.

Fonte: L! – Blog do Garone

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