
Se dentro das quatro linhas, vez por outra, é possível presenciá-lo trocando farpas verbais com os adversários, na rotina vascaína o que se vê é um Gladiador introvertido, mas sem que isto signifique arrogância, fazem questão de ressaltar.
“O Kléber é mais caladão, na dele, mas não é nem um pouco marrento. É sempre solícito e simpático quando abordado”, disse um funcionário do clube.
O jeito sereno fora de campo já lhe rendeu até homenagens do Vasco. No dia 12 de agosto, o atacante completou 31 anos e ganhou um bolo de aniversário na concentração em Recife (PE), onde estava com seus companheiros se preparando para o duelo com o Náutico, pela Série B.
E, se por um lado, age como bom moço, já adota o papel de líder, tomando frente em situações de cobrança e saindo em defesa dos companheiros quando acha necessário, como aconteceu nesta terça-feira, no empate em 1 a 1 com o ABC, após ver o treinador Adilson Batista ser vaiado pela torcida.
Nos treinamentos e nas viagens, costuma ficar mais próximo do meia Douglas, seu velho conhecido dos tempos de Grêmio e de futebol paulista, quando se enfrentaram em algumas oportunidades.
Mesmo vigiado pelo STJD esta semana, fez questão de tirar a camisa após marcar seu gol contra o ABC, se direcionou para a torcida e fez o tradicional símbolo da principal organizada do Vasco. Como manda o regulamento sobre a questão do uniforme, a arbitragem o puniu com um cartão amarelo.
Kléber, ao lado de Douglas, corta o bolo dado pelo Vasco para comemorar seu aniversário
Um dos principais responsáveis por trazê-lo para São Januário em função de terem trabalhado juntos no Cruzeiro, Adilson Batista não o condenou pela atitude.
“Não foi por jogada desleal, mas por empolgação”, disse, para depois defendê-lo sobre as denúncias do STJD:
“É um jogo dele, de contato. Ele já é visado, o adversário o conhece. Mas ele sabe usar o corpo, se proteger e tem feito grandes jogos”.
Julgamento nesta sexta-feira
Kléber será julgado nesta sexta-feira, às 13h, no STJD pela polêmica com o zagueiro Gustavo Geladeira, do Vila Nova. Na ocasião, os dois jogadores discutiram e o Gladiador empurrou o rosto do adversário. Denunciado no artigo 254-A (agressão), ele pode ser suspenso de até 12 partidas.
Antes deste acontecimento, ele já havia sido punido por um lance parecido no jogo contra o Paraná, em São Januário. Naquela vez, o atacante colocou a mão no rosto do zagueiro Alisson com a bola rolando. Os advogados do Vasco, porém, conseguiram um efeito suspensivo e o Pleno do STJD ainda não marcou uma data para o julgamento do recurso.
Questionado sobre as recentes polêmicas, Kléber se defendeu e citou até mesmo o caso de Paolo Guerrero, do Corinthians, que foi expulso na última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro após confusão com Alan Ruiz, do Grêmio.
“Tem que tomar cuidado, ser provocado e ficar quieto, porque qualquer coisa que se faça, você pode ser punido. Infelizmente, vi a situação do Guerrero. Piada o Guerrero ir para o STJD porque foi empurrado. E vai ser denunciado e pegar punição porque, infelizmente, acontece isso. São coisas do jogo, provocações de jogo. Nem sempre tem a necessidade de se punir. No futebol, cada um tem que defender o seu e é normal que, durante o jogo, tenha discussão, desentendimento mas, em nenhum momento, teve briga. Acho que tem que ter bom senso”, disse o Gladiador à Rádio Tupi.
Fonte: UOL Esporte