
Aos 20 anos, Guilherme está no Vasco há oito anos. Meia-esquerda, com características de toque de bola, muita técnica e bons chutes de fora da área, o jogador deu quatro passes para gols do time nas duas vitórias da equipe na primeira fase – na derrota para o Sport, com time misto escolhido pelo técnico Sorato, ele entrou somente na segunda etapa no último jogo antes do mata-mata da Taça BH – o Vasco venceu o torneio no ano passado e está em busca do tetracampeonato. Naquela equipe de 2013, subiram e permaneceram no profissional logo em seguida à conquista Thalles e Jhon Cley. Outros destaques, como o goleiro Jordi, os atacantes Yago e Marquinhos, o lateral Henrique, também ficaram na equipe de cima.
Além da paciência e do esforço para controlar a ansiedade de fazer parte finalmente do elenco profissional – Guilherme chegou a ir para a pré-temporada no ano passado em Pinheiral -, o meia precisou mudar alguns hábitos para se prevenir de lesões. São, pelo menos, seis problemas, entre aqueles mais graves, com necessidade de cirurgia, e os mais leve, que, no entanto, obrigaram ao afastamento das atividades e interromperam a trajetória.
Depois de parar por seis meses em 2012 para tratar do púbis, Guilherme machucou o joelho direito, quebrou o tornozelo…
– Tive várias lesões. A mais recente (março de 2014), foi no tornozelo, uma fissura, que me deixou mais dois meses parado. Em 2012, depois de seis meses com problema no púbis, voltei e machuquei o joelho. Foram três lesões naquele ano. Devo ter perdido um ano ou mais, infelizmente – lembra o garoto.
Treinos como segundo volante
Empresariado por Carlos Leite, o jogador renovou o contrato com o Vasco no fim do ano passado por cinco anos. Por pouco não foi parar no Porto, no Chelsea ou no Werder Bremen. O desafio de vencer pelo time que torce ainda fala mais alto. Nos últimos anos, o clube de São Januário, em conhecida e antiga crise financeira, perdeu vários talentos – inclusive na posição dele, como Marlone para o Cruzeiro – o antigo jogador do Vasco, aliás, é um dos melhores amigos e quem mais o incentivou no clube no período difícil de sequência de lesões – e Índio, que o departamento jurídico ainda tenta, pelo menos, reverter a saída do jogador em alguma compensação financeira.
– Nunca desanimei. Acredito que tudo tem sua hora. Se não foi antes, se passei por tanta lesão, era para ter passado por isso mesmo. Serve de aprendizado, para me cuidar e não deixar ou pelo menos fazer o máximo para nao acontecer mais. Hoje estou mais preparado do que antes – diz Guilherme.
Quando Guilherme se diz mais preparado, ele quer dizer, principalmente, fisicamente. Os seguidos problemas físicos obrigaram o atleta a dedicar mais tempo na sala de musculação. Com 1,75m de altura, o jogador ganhou até três quilos de massa muscular recentemente.
– Hoje me dedico bem mais na parte física, na academia, faço um trabalho justamente para prevenir lesões. Isso que mudou e vai me ajudar bastante na carreira.
Fã de Cristiano Ronaldo – no futebol brasileiro, ele cita o aposentado Juninho e os meias Ganso, Everton Ribeiro e o vascaíno Douglas (“joga muito!”) -, Guilherme se diz tranquilo com a demora em fazer parte do elenco profissional vascaíno. Embora ressalte que ninguém falou nada com ele sobre voltar de Belo Horizonte direto para os profissionais, ele tem a expectativa de que isso aconteça logo. Para isso, ele segue à risca os pedidos do treinador e tenta mostrar versatilidade para ganhar outras características no seu jogo. Sorato o colocou para treinar algumas vezes de segundo volante.
– Independentemente de atacar, tem que marcar, jogar atrás da linha da bola. Cresci bastante com a entrada do Sorato nos juniores. Ele sempre frisa isso. Acredito que evolui muito. Posso fazer uma função de ponta, marcando o lateral. Ou meia, marcando os volante, sempre voltando para ajudar – afirma o meia vascaíno.
Fonte: GloboEsporte.com