Clima de verão, adrenalina e quilos a menos: o trabalho "puxado" do Vasco

A gangorra da fase do Vasco na temporada tem ligação à condição física dos jogadores. Com o plano de atingir o ápice na reta final do Campeonato Carioca, como ressaltou o preparador físico Daniel Gonçalves, o grupo sentiu o desgaste excessivo da sequência no início da Série B e, em meio a desfalques e fôlego baixo, a queda de rendimento geral foi tratada como inevitável. Diante do período providencial para recondicionamento, por causa da paralisação para a Copa do Mundo, o esforço no dia a dia chama a atenção por acontecer sob um clima autêntico de verão na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mesmo na estação do inverno.

As temperaturas na área de Curicica marcam em média 29 graus de manhã, horário dos treinos. O trabalho integral foi abolido e só deve ser retomado em Atibaia, interior de São Paulo, onde o ar fresco semelhante ao de Pinheiral, no sul-fluminense, predomina. A mudança de estilo acontece justamente no momento em que a intensidade das atividades aumentou.

 
André Rocha e Anderson Salles Treino Vasco (Foto: Marcelo Sadio/Vasco.com.br)

Com isso, a reposição de nutrientes, o descanso e até a imersão na banheira de gelo (tratamento chamado de crioterapia, com o intuito de acelerar a recuperação), colocada no próprio campo, são fundamentais para evitar a perda de força. O meia Dakson lembra o equilíbrio do trabalho na academia e explica que não sente muito as dificuldades por ser nordestino.

– Dá para perder até uns três quilos depois da atividade nesses dias aqui. É duro, mas é bom para a gente e estamos bem orientados pelo pessoal do clube. Eu sou de Alagoas, então cresci com esse clima e tenho que estar disposto o tempo todo – brincou.

O colombiano Montoya já havia enfrentado a pré-temporada no Brasil, em janeiro, e passou no teste. Ele aponta que a adrenalina pela volta do contato com a bola também gera mais suor.

 
Fabricio Guinazu Montoya Lucas Crispim vasco treino (Foto: André Casado)

– A preparação está muito boa mesmo. O suor que vamos sentindo aumenta com adrenalina das disputas mais fortes, e isso mostra que está sendo bem feito. Todos sabem que no Rio o calor é muito forte. No frio, a gente se abriga para não sofrer com a mudança. Mas aqui é sempre parecido.

O ambiente das partidas ainda vai demorar a voltar, até porque não há jogos-treino previstos por ora. Provavelmente, após o começo dos coletivos a comissão técnica marcará uma movimentação deste tipo em Atibaia, a dias de enfrentar o Santa Cruz, na volta das competições. Neste sábado, chegou a ser cogitado um amistoso com Duque de Caxias, mas não houve acordo. Enquanto isso, o lateral André Rocha revela sua saudade de rever a torcida.

– Sentimos muita falta do clima de jogo, do astral do ambiente do jogo. Mas temos feito trabalhos fortes, pegados, o que é bom para aproveitar bastante para corrigir o que vínhamos fazendo errado. Só que nada disso tem a torcida, que sempre faz falta para o jogador.

Já Diego Renan reconhece que o estilo de pré-temporada é necessário para recuperar os 13 dias de férias. Antes, o Vasco estava no limite da fadiga e precisava urgentemente repousar.

– Essa parte, pelo período em que ficamos parado, lógico que faz chegar um pouco abaixo. A primeira semana é  mais para recondicionar, e o foco principal é sempre deixar todos os jogadores na mesma condição. Para que quando voltarmos aos jogos, todos estejam iguais e consigamos superar o adversário nessa parte – disse o lateral.

 
Rodrigo Treino Vasco (Foto: Marcelo Sadio/Vasco.com.br)

Fonte: GloboEsporte.com

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