
O atacante Everton Costa, do Vasco, passou o último mês ansioso pelos resultados dos seus exames depois de ser diagnosticado com uma miocardite diante de um quadro de arritmia cardíaca durante o jogo contra o Resende, em 16 de abril, em São Januário, e as noticias não são muito animadoras. Segundo o médico Gustavo Gouvêia não houve melhora na região do coração afetada pelo problema, e a indicação é pela introdução de um desfibrilador implantado, uma espécie de marca-passo para evitar novas alterações no ritmo cardíaco do jogador.
O procedimento para colocação deve acontecer na próxima semana e não há garantias de que o jogador possa voltar a defender o Vasco. Gouvêia disse que há atletas que utilizam marca-passos, sem comprometimento do desempenho, mas evitou falar na possibilidade de retorno.
– Ele tem uma chance, que não é pequena, de voltar a ter uma arritmia. Por isso está indicado o implante do desfibrilador implantado, uma espécie de marca-passo que tem a capacidade de reconhecer a arritmia e dar um choque se necessário. Vai ser realizado provavelmente na semana que vem. Ele esta muito confiante, muito tranquilo, aceitou o tratamento. Se ele vai poder jogar futebol com esse dispositivo, é uma controvérsia na literatura médica. Há 10 anos diziam que não. Mas nesses últimos 10 anos existem centenas de atletas com esse dispositivo, muitos jogadores de futebol.
E o resultado dos trabalhos recentes é que é seguro um atleta jogar com esse dispositivo, desde que se entenda que ele tem um risco de arritmia, que precisa tomar um choque e ser desfibrilado. Se ele tiver esse entendimento, concordar com isso, é possível que isso aconteça. São vários fatores, o atleta querer, o clube liberar… isso não será decidido agora – disse o médico.
Há cerca de um mês, o susto. No dia 16 de abril, Everton Costa deixou São Januário de ambulância durante a partida válida pela primeira fase da Copa do Brasil. No hospital, os exames constataram uma arritmia cardíaca. Três dias depois, o departamento médico do Vasco e o cardiologista Gustavo Gouvea, contratado pelo clube para acompanhar o caso de perto, deram uma entrevista coletiva para explicar detalhes do ocorrido. Na ocasião, foi anunciado que seria preciso realizar novos exames dentro de um mês para descobrir se o jogador teria condições de seguir jogando profissionalmente.
Everton Costa ficou seis dias internado. Depois que recebeu alta, ficou se recuperando em casa – onde teve os batimentos cardíacos monitorados por um aparelho – sem realizar esforço físico. Neste período, o elenco vascaíno chegou a gravar um vídeo de apoio ao atacante. Nas redes sociais, o clube lançou a campanha #forçaeverton.
Contratado em janeiro, Everton pertence ao Coritiba e está emprestado ao Vasco até dezembro de 2014. Após o problema cardíaco, o empresário Jorge Machado avaliou a situação e acenou com a possibilidade de uma renovação sem custos para o clube carioca. Aos 28 anos, o atacante tem 10 jogos e um gol marcado – contra o Duque de Caxias – com a camisa vascaína.
Fonte: Globo.com