
Taxista adora conversar e contar histórias. Se o leitor gostar de futebol e der sorte de entrar no carro de Eduardo Pinheiro Lopes, no Rio de Janeiro, pode ficar por dentro dos bastidores do esporte e conhecer um pouco mais da história de ídolos como Edmundo, Carlos Germano, Cássio e Djaminha. O que eles têm em comum? Todos jogaram com Bero-Bero, junto ou contra.
Bero-Bero é o apelido de Eduardo, uma variação de Biro-Biro, que já era apelido do irmão mais velho. A história dele no mundo da bola começou em 1979, quando o futebol de salão não era futsal e a bola era, de fato, pesada. O primeiro clube dele foi o Montanha, time da Tijuca, que à época era treinado pelo hoje consagrado Fernando Ferretti.
Em 1980 ele foi para o o Fluminense e em 1983 chegou ao Vasco, time do coração.
Na Colina, Bero-Bero jogou ao lado de Edmundo. Ao lado é força de expressão:
– O Edmundo ficava no banco. Ele é muito melhor no campo do que era na quadra – disse, sem jeito e sem querer constranger o Animal.
No tempo de salão, Eduardo foi convocado para a seleção de base do Rio de Janeiro e jogou na inauguração do Mineirinho, em 1980, enfrentou Djalminha e jogou no Maracanãzinho em eventos que contavam com Roberto Dinamite e Zico.
Bero-Bero também se arriscou no campo. Em 1985 jogou no infantil do Vasco e foi companheiro de Carlos Germano, Cássio e Evandro Chaveirinho.
Em 1987, Eduardo abandonou o futebol e optou pelos estudos. Começou a faculdade de Engenharia Eletrônica e parou no oitavo semestre. O taxista não esconde um certo arrependimento.
– Naquela época, o futebol de salão não era o que o futsal é hoje. Não dava dinheiro e não tinha esse negócio de jogar na Europa. Eu não acreditei e resolvi estudar. Hoje em dia é diferente, tem que acreditar e batalhar – orientou.
Sem o curso superior, Bero-Bero se arriscou como empresário e em 1999 virou taxista. Se alguém quiser conhecê-lo, a dica é levantar a mão na Zona Sul ou na Barra da Tijuca.
Fonte: Lance